Democracia

Psol critica ‘governantes do prende e arrebenta’ por reação violenta a manifestação em SP

Para partido, 'a crescente intensidade dos protestos furou o bloqueio da grande imprensa e tornou-se tema que tem mobilizado a sociedade'

São Paulo – O Partido Socialismo e Liberdade (Psol) divulgou na tarde de hoje (14) nota em que manifesta seu total apoio às manifestações contra o aumento das tarifas dos transportes coletivos no Brasil e repudia veementemente a violência policial que tem buscado reprimir o legítimo direito de organização e manifestação. “A crescente intensidade dos protestos – que passaram por Porto Alegre, Natal, Maceió, Goiânia, Rio de Janeiro e São Paulo – furou o bloqueio da grande imprensa e tornou-se tema que tem mobilizado a sociedade”, diz o texto. “Governantes da turma do ‘prende e arrebenta’ não entendem que a revolta causada por ficar até seis horas numa condução de péssima qualidade que consome um terço do salário é o motivo do apoio popular às manifestações.”

De acordo com o partido, que filia um senador e três deputados federais, a contestação popular, que começou com organizações jovens, é apenas a ponta do iceberg de uma imensa insatisfação coletiva. “Responder com intransigência, truculência e brutalidade policial é jogar gasolina na fogueira. Alckmin, Haddad, Cabral e Paes, assumam suas responsabilidades com a repressão revoltante e despropositada e sua inação”, exige, fazendo referência aos governadores e prefeitos de Rio de Janeiro e São Paulo. “Além disso, não cabe ao ministro Cardozo, que deveria ser da Justiça, incentivar a truculência e ajuda da Polícia Federal na repressão aos movimentos.”

Candidato do Psol à presidência da República nas eleições de 2010, Plínio de Arruda Sampaio participou das manifestações de ontem (14) em São Paulo. O deputado estadual paulista Carlos Gianazzi, também do Psol, compareceu ao 78º Distrito Policial, para onde foram levados grande parte dos 232 presos durante a jornada repressiva. “Ao acusar de vandalismo o conjunto desse amplo e legítimo movimento, governantes inescrupulosos e a elite brasileira tentam manipular a opinião pública, mas sofrem um imenso revés com a resposta clara das pesquisas, que demonstram enorme apoio popular às manifestações e repúdio à coação e violência policial.”

Confira abaixo a íntegra da nota:

O Partido Socialismo e Liberdade manifesta seu total apoio às manifestações ocorridas em todo o Brasil contra o aumento das tarifas dos transportes coletivos e repudia veementemente a violência policial que tem buscado reprimir o legítimo direito de organização e manifestação.

A crescente intensidade dos protestos – que passaram por Porto Alegre, Natal, Maceió, Goiânia, Rio de Janeiro e São Paulo – furaram o bloqueio da grande imprensa e tornaram-se tema que tem mobilizado a sociedade.

Governantes da turma do “prende e arrebenta” não entendem que a revolta causada por ficar até seis horas numa condução de péssima qualidade que consome um terço do salário é o motivo do apoio popular às manifestações. A contestação que começou com a juventude é a ponta do iceberg de uma imensa insatisfação coletiva. Responder com intransigência, truculência e brutalidade policial é jogar gasolina na fogueira. Alckmin, Haddad, Cabral e Paes assumam suas responsabilidades com a repressão revoltante e despropositada e sua inação. Além disso, não cabe ao Ministro Cardozo, que deveria ser da Justiça, incentivar a truculência e ajuda da Polícia Federal na repressão aos movimentos.

Ao mesmo tempo, a escalada de violência promovida pelas Polícias Militares, principalmente nos recentes protestos na capital paulista demonstram que a política totalitária dos governos municipais e estaduais não convive com a divergência, a crítica e a contestação o que resulta na criminalização dos movimentos sociais e manifestantes, fato inadmissível numa sociedade democrática e que merece o repúdio do PSOL. Exigimos a libertação imediata de todos os presos. Além disso, penalizar ativistas com pagamento de fianças, inclusive com valores absurdos e enquadramento por formação de quadrilha é inadmissível.

Ao acusar de vandalismo o conjunto desse amplo e legítimo movimento, governantes inescrupulosos e a elite brasileira tentam manipular a opinião pública, mas sofrem um imenso revés com a resposta clara das pesquisas, que demonstram enorme apoio popular às manifestações e repúdio à coação e violência policial.

Cabe salientar que recentemente as tarifas de transporte coletivo ficaram isentas das alíquotas de PIS e Cofins, o que deveria evitar o aumento. É absurdo que mesmo com essas vantagens tributárias, os empresários reajustem as tarifas de transporte coletivo com a anuência dos prefeitos e governadores. Esse conluio entre empresários e governantes não esconde que as empresas de transportes coletivos figuram como destacadas financiadoras das campanhas eleitorais dos que agora aceitam os aumentos como uma forma de “pagar a conta”.

Nas cidades governadas pelo PSOL – Macapá (AP) e Itaocara (RJ) – não houve aumento das tarifas de ônibus por decisão política dos prefeitos. Nossa lógica de governo está a serviço dos  trabalhadores e da juventude e não de acordos com empresários que transformam o direito ao transporte público num simples negócio. Consideramos que é possível, com um orçamento equilibrado e disposição política, avançar em medidas como o passe livre para estudantes e mesmo a tarifa zero. A defesa dessas propostas, portanto, nada tem de irreal ou absurdo, assegurando o direito constitucional dos cidadãos à mobilidade.

O PSOL continuará a cerrar fileiras em defesa do direito à contestação, em defesa do direito ao transporte público de qualidade e contra a violência policial. Goiânia e Porto Alegre já obtiveram vitórias com a redução das tarifas. É hora de avançar e conquistar. E só com luta se conquista.

São Paulo, 14 de junho de 2013.

PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE

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