Diálogo reduzido

Prefeito nega redução de passagem e diz que não vai se submeter a ‘jogo de tudo ou nada’

Fernando Haddad diz que tem de dialogar com 11 milhões de pessoas, e não apenas com os que se manifestam nas rua

Heloisa Ballarini/Secom Prefeitura

Em coletiva dada ontem (13) à noite, prefeito já havia reiterado que a tarifa de ônibus seria mantida em R$ 3,20

São Paulo – O prefeito Fernando Haddad (PT) disse hoje (14) que problemas relativos a orçamento para conter reajustes de passagem de ônibus não é um problema restrito a São Paulo, mas sim de todas as prefeituras do país. “Os reajustes estão aí e os prefeitos não têm fonte alternativa para aumentar ainda mais os subsídios, que, em São Paulo, iriam superar mais de R$1 bilhão.” Segundo ele, tarifa zero para o transporte público é “irreal”.

“Há um longo trajeto para conseguirmos mudar a qualidade do transporte. Isso vai ser feito numa mesa de diálogo, com esclarecimentos, com a verdade dos fatos. E não iludindo a população a respeito de zerar a tarifa do ônibus como se isso fosse possível de um dia pro outro, envolvendo R$ 6 bilhões de investimento”, disse ao jornal Bom Dia SP, da TV Globo.

Haddad afirmou ainda que a prefeitura não “pode se submeter a jogo de tudo ou nada”, e que o diálogo tem de se dar com toda a sociedade, e não com apenas com as pessoas que estão protestando nas ruas.

“Ou é tudo como eles querem ou não tem conversa. Quando você entra numa conversa, tem de entrar com espírito aberto. Não pode entrar com resultado definido, tem de entrar para conhecer o orçamento municipal, verificar quais áreas irão perder recursos com o subsídio da tarifa, e tomar uma decisão pelo diálogo com a sociedade, porque temos que dialogar com 11 milhões, e não com 2, 3, 4 mil que estão nas ruas.”

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