Respeito aos animais

Lula e Janja homenageiam cachorro que morreu em voo da Gol e cobram providências

“A gente não pode permitir que isso continue acontecendo no Brasil”, disse Lula, que colocou gravata com cachorrinhos para protestar pela morte de Joca. Anac investiga o caso

Reprodução
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"Ele (Joca) foi tratado como carga e não como ser vivo", criticou a primeira-dama

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, prestaram homenagens ao cachorro Joca, que morreu durante uma viagem aérea da companhia Gol. Nesta quarta-feira (24), ao sancionar três leis sobre cultura e turismo, Lula vestiu uma gravata com estampa canina e falou sobre o caso. Ele disse que a Gol deve “prestar contas” e que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) tem que fiscalizar.

“A minha gravata, ela tem um desenho de cachorrinho. Eu coloquei de manhã em protesto ao que aconteceu com o cachorro de um cidadão que mandou o seu cachorro para Sinop, em Mato Grosso. Esse cachorro, ao invés de ser embarcado para Sinop, ele foi embarcado para o Ceará. Quando chegou no Ceará descobriram que não era para lá, mandaram de volta e o cachorro morreu. Porque ficou oito horas sem tomar água, preso, dentro do avião”, afirmou Lula.

“Então eu acho que a Gol tem que prestar contas, acho que a Anac tem que fiscalizar isso e acho que a gente não pode permitir que isso continue acontecendo no Brasil. Então essa gravata é homenagem e nossa solidariedade”, acrescentou.

Tratado “como carga”

Do mesmo modo, Janja publicou um vídeo no Instagram ao lado do ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. Ela disse que ficou abalada com a notícia, se solidarizou com o tutor João Fantazzini e disse que Joca “está no céu dos cachorros”. O ministro, por sua vez, disse que Lula e Janja cobraram “regras mais duras” para evitar a repetição de casos como esse.

“Ele (Joca) foi tratado como carga e não como ser vivo. Ontem isso me deixou muito abalada, eu falei com o presidente Lula e, inclusive hoje ele está usando uma gravata de cachorrinho. Eu falei: ‘Hoje você vai com essa gravata em homenagem ao Joca'”, afirmou a primeira-dama. 

“Já conversamos com a Anac e ontem mesmo a Anac já oficiou a Gol para que em três dias possa responder objetivamente o que ocorreu. A orientação do presidente Lula e do governo é que a gente possa buscar, em caráter emergencial, regras mais duras e para que casos como esse não voltem a ocorrer no Brasil. Até porque todos nós somos defensores da causa dos animais”, disse o ministro. O pedido de esclarecimento faz parte do processo que a agência instaurou para investigar a morte do animal.

“Joca, você está no céu dos cachorros, junto com o meu cachorrinho Thor também. João, fique bem. Um grande beijo para vocês”, concluiu a primeira-dama. Ela e Lula são tutores de duas cadelinhas sem raça definida, Paris e Resistência. Esta última Janja adotou em 2018, após encontra-la nas ruas ao redor da Vigília Lula Livre, em Curitiba, quando Lula estava preso ilegalmente pela Lava Jato. Thor era outro integrante da família que morreu em novembro de 2021.

Após o episódio, a Gol anunciou a suspensão da venda do serviço de transporte de animais por 30 dias, a partir desta quarta. De acordo com a companhia, a medida valerá até que as investigações terminem. A decisão, no entanto, não afetará clientes que levam os pets na cabine – para cães e gatos de até 10 quilos. Ao mesmo tempo, a companhia também soltou nota se solidarizando com o tutor.