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PM facilitou fuga de motorista do Porsche e Polícia Civil pede prisão pela terceira vez

Imagens revelam que PMs agiram de forma incorreta ao liberar motorista do Porsche. Já a Polícia Civil conclui inquérito e indicia o suspeito

Reprodução/Globo
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O indiciado deixou o local após sua mãe, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, conversar com os policiais. Agora, ela também é alvo da polícia

São Paulo – Policiais militares do Batalhão de Trânsito da PM de São Paulo liberaram o motorista do Porsche e empresário de 24 anos que matou motorista de aplicativo sem cumprir o procedimento padrão. É o que revelam imagens das câmeras corporais dos agentes. A partir das filmagens, obtidas pelo portal G1, é possível ver o tratamento benéfico. Então, após a Secretaria de Segurança Pública (SSP) assumir a postura inadequada, a Polícia Civil concluiu hoje (25) o inquérito e pediu a prisão do empresário.

Fernando Sastre de Andrade Filho agora é, oficialmente, indiciado por homicídio doloso, na modalidade de dolo eventual; lesão corporal grave; e fuga do local do acidente. Ele dirigia seu veículo de luxo, um Porsche 911 Carrera a 154 quilômetros por hora. A velocidade máxima da via é de 50 quilômetros por hora. Então, ele matou o motorista de aplicativo Orlando da Silva Viana, de 52 anos. Além disso, o estudante Marcos Vinícius Rocha foi internado e teve seu braço amputado, o que configura a lesão corporal grave.

O indiciado deixou o local após sua mãe, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, conversar com os policiais. Agora, ela também é alvo da polícia, indiciada como coautora no crime de trânsito de fuga do local do acidente. Os policiais sequer realizaram teste de bafômetro. Simplesmente disseram: “pode ir”, após Daniela dizer que o levaria para o hospital. Apesar da gravidade da situação, Fernando estava apenas com o nariz sangrando.

O inquérito da Porsche

Em contrapartida com a postura da PM, a Polícia Civil vem cobrando com firmeza a punição contra Fernando. Já é a terceira vez que a autoridade policial do 30° Distrito Policial (Tatuapé) pede a prisão preventiva do herdeiro. Contudo, a Justiça negou as duas primeiras. Agora, com o inquérito pronto, uma nova oportunidade para encarcerá-lo também surge, ainda que de forma preventiva. Este tipo de prisão processual, anterior à condenação, busca garantia da ordem pública, e da aplicação da lei penal.

Contudo, uma detenção definitiva ainda está relativamente distante. Após o indiciamento, o Ministério Público passa a atuar no caso. Após análise, o promotor responsável decidirá pelo oferecimento ou não da denúncia ao Judiciário. Então, a partir da denúncia aceita pelo juízo, dá-se prosseguimento ao processo de conhecimento, ou instrução, propriamente dito. Neste momento, o magistrado ouvirá acusação, defesa, testemunhas, produzirá e analisará provas. Só após todo procedimento, garantida a ampla defesa, haverá uma sentença com análise do mérito.