Repressão

PM ignora riscos e usa gás lacrimogêneo vencido contra manifestantes em São Paulo

Reportagem da RBA encontrou duas cápsulas do artefato com data de validade fixada em dezembro de 2010 e aviso de que arma é prejudicial à saúde

Na cápsula é possível ver claramente a data de validade e o aviso de perigo

São Paulo – A Polícia Militar de São Paulo utilizou bombas de gás lacrimogêneo vencidas para reprimir o quarto protesto consecutivo pela redução da tarifa do transporte público na cidade, realizado hoje (13) na região central. A reportagem da RBA encontrou na Avenida Paulista, um dos palcos da truculência policial, duas cápsulas do armamento com data de validade fixadas em dezembro de 2010.

O invólucro de alumínio fabricado pela empresa brasileira Condor, lote SL-L, traz um aviso bem visível escrito em tinta azul, com os dizeres: “Oferece perigo se utilizado após o prazo de validade”. Ainda assim, as tropas do governo do estado, lideradas pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), lançaram centenas de artefatos como estes contra a população durante a jornada.

Mais sobre manifestações contra aumento da tarifa:
>>
Justiça liberta presos da manifestação de terça em São Paulo; um continua detido
>> ‘Foi mais do que truculência policial. Foi tortura’, diz Paulo Vannuchi
>> Sindicato vai pedir que Ministério Público investigue agressões da PM contra jornalistas
>> ‘Repressão ao trabalho dos jornalistas compromete a democracia’, diz deputada tucana
>> Psol critica ‘governantes do prende e arrebenta’ por reação violenta a manifestação em SP
>> ‘Vinagre pode virar bomba’, diz coronel que comandou ação da PM em São Paulo
>> Vai à manifestação de segunda? Saiba qual vinagre faz seu tipo
>> Alckmin aposta na provocação e no ‘quanto pior, melhor’, diz deputado petista
>>
Manifestantes cercados e atacados pela força policial: democracia, só que não
>> ‘PM mirava no rosto’, diz cinegrafista da TVT que tomou três tiros durante manifestação
>> PT de São Paulo condena criminalização do movimento contra tarifa
>> Secretário defende ação da PM em São Paulo e diz que investigará ‘aspectos pontuais’
>> Alckmin não vê truculência da PM e diz que vai apurar ‘excesso pontual’
>> Comandante da PM também participou de agressões, afirma advogado do movimento
>> Associação diz que ataques da PM a jornalistas foram ‘deliberados’
>> ONG denunciará violência policial no protesto em São Paulo à ONU
>> ‘Não houve agressão, houve defesa’, diz Polícia Militar de São Paulo
>> Movimento de direitos humanos pede que ordem para repressão seja investigada
>> Prefeito nega redução de passagem e diz que não vai se submeter a ‘jogo de tudo ou nada’
>> Repórter atingida por bala de borracha nos olhos passa bem
>> Haddad agora diz que violência policial nos protestos contra aumento é ‘lamentável’
>> Autoritarismo da polícia de Alckmin termina com 235 pessoas detidas
>> PM ignora riscos e usa gás lacrimogêneo vencido contra manifestantes em São Paulo
>> Movimento contra tarifa não se intimida com repressão e convoca novo protesto em SP
>> Repressão da PM não poupou jornalistas que cobriam protesto em São Paulo
>>
Alckmin demonstra vontade de bater, e Haddad erra ao atribuir violência a movimento
>> Anistia Internacional: discurso de autoridades sinalizando mais repressão é preocupante
>> PM vandaliza São Paulo, prende mais de 150, bate em jornalistas e sonega informações
>> Prefeitura ignora audiência, e manifestantes vão às ruas esperando maior aparato policial