patrono da educação

‘Paulo Freire, um homem do mundo’ em cartaz no Cine TVT

A TVT volta a exibir às 21h30 a série documental lançada em 2020, em parceria com a SescTV. O primeiro dos cinco episódios aborda a vida pessoal do grande mestre

Centro Cultural São Paulo - CCSP
Centro Cultural São Paulo - CCSP
Reconhecido mundialmente, o educador cuja memória é perseguida pela extrema direita, foi preso por alfabetizar adultos em 40 horas na pequena Anjicos (RN), em 1963

São Paulo – O Cine TVT deste sábado (2) volta a exibir a série documental Paulo Freire, um Homem do Mundo, lançada em 2020 pelo SescTV e a TVT, com direção de Cristiano Burlan. A reexibição, às 21h30, começa com o primeiro dos cinco episódios: “A formação do pensamento”, em que Freire fala sobre a sua vida pessoal, da infância e a mudança de Recife. Há também depoimentos de seus filhos sobre o período de censura, a prisão e o exílio do educador mudialmente reconhecido, cuja memória é perseguida pela extrema direita.

O episódio reúne ainda depoimento de profissionais da educação que conheceram de perto os fundamentos da educação para os que foram historicamente excluídos. Educação esta que fez dele o Patrono da educação brasileira.

“As 40 horas em Angicos” é o segundo episódio, que aborda o processo de alfabetização revolucionário na pequena cidade de Angicos, no Rio Grande do Norte, com mais de 75% da população analfabeta. Em 1963, juntamente com 15 graduandos de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Freire alfabetizou a todos sem a adoção de cartilhas.

Segundo depoimento de ex-alunos, todos se tornaram mais conscientes de seus direitos e mais críticos. Para se ter uma ideia, após o fim das 40 horas em Angicos, 300 daqueles alunos adultos foram tirar o título de eleitor. Não é a toa que o projeto, considerado comunista, foi cassado pelos militares. Freire e alguns graduandos foram presos, muitos outros ameaçados, e os educandos tiveram que queimar os livros com medo da represália.

15 anos no exílio e o reconhecimento mundial

O terceiro episódio trata do exílio com sua família, saindo da Bolívia para a Suíça, onde ficou por 10 anos. Lá Freire recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Genebra, por conta da importância de seu trabalho.

“Do pátio do Colégio à Pedagogia do Oprimido” é o quarto capítulo. Nele, a volta do exílio após 15 anos, e a nomeação, em 1989, para o cargo de secretário de Educação do município de São Paulo, na gestão de Luiza Erundina (PT), onde tornou a rede mais democrática, com qualidade e inclusiva.

A série termina com a abordagem da influência de Paulo Freire no teatro da Cia do Tijolo, na música, na poesia e na Escola de Samba Leandro de Itaquera, que o homenageou em 1999. No episódio “O Mundo não é, Está Sendo”, há depoimentos de artistas que se inspiram nos seus ensinamentos, na ética freiriana baseada na aproximação com o outro, com a cultura do outro.

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Redação: Cida de Oliveira