Sem consenso

Com corte de 0,25 pp, Copom reduz ritmo de queda dos juros

Presidente do BC, Campos Neto, desempatou a votação do Copom em favor de uma redução menor, fixando a Selic em 10,5%, enquanto outro grupo foi favorável à manutenção de corte de 0,5 ponto percentual

Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Apesar da queda no ritmo de corte, taxa básica de juros é a menor desde fevereiro de 2022

São Paulo – Após seis cortes consecutivos de meio ponto percentual, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu o ritmo de queda na taxa básica de juros. Em reunião nesta quarta-feira (8), a autoridade monetária decidiu por uma redução de 0,25 ponto percentual, fixando a Selic em 10,5% ao ano. Ainda assim, essa é a menor taxa desde fevereiro de 2022, quando estava em 9,25% ao ano.

Houve um racha na votação. Dos oito diretores, quatro votaram por uma redução de 0,50 ponto percentual, enquanto outros quatro defenderam corte de 0,25%. Nesse sentido, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, acabou desempatando, ao alinhar-se com o grupo que defendeu corte menor.

Em comunicado, o Copom justificou o menor corte na taxa de juros. Apontaram aumento das incertezas no cenário externo, principalmente em relação ao início da flexibilização de política monetária nos Estados Unidos.

Internamente, destacaram que “o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem apresentado maior dinamismo do que o esperado”. Ou seja, temem que a queda do desemprego associada à melhora do poder do compra da população possam levar a um aumento da inflação.

Porém, o próprio BC projeta inflação de 3,8% em 2024 e 3,3% em 2025, pouco acima do centro da meta – que é de 3%, mas ainda distante do teto da margem, que é de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Ao mesmo tempo, trata-se de uma resposta à intenção do governo de reduzir para zero a meta fiscal para o ano que vem. Anteriormente, a previsão era de superávit de 0,5% do PIB. Além disso, o colegiado também não indicou previsões para as próximas reuniões, ao contrário do que vinha fazendo até então. O Copom volta a se reunir nos dias 18 e 19 de junho.