Defesa dos palestinos

Estudantes querem que USP rompa relações acadêmicas com universidades de Israel

Mobilizado contra o massacre de palestinos por Israel, grupo de 150 estudantes monta acampamento de protesto no pátio do prédio da Geografia e História, na Cidade Universitária, zona oeste de São Paulo

Rawa Alsagheer / Divulgação
Rawa Alsagheer / Divulgação
"Tecnologias desenvolvidas estão sendo experimentadas no povo palestino, massacrando esse povo"

São Paulo – Estudantes da USP estão mobilizados nesta quarta-feira (8) em um acampamento no pátio do prédio da História e Geografia contra o massacre de Israel em Gaza. Eles querem que a universidade pública rompa relações acadêmicas com as instituições israelenses.

Assim, além de um cessar-fogo imediato, o movimento, que reúne cerca de 150 estudantes, apela para o fim das parcerias acadêmicas entre a USP e universidades israelenses. É o que explicou à Agência Brasil a coordenadora da rede Samidoun de solidariedade aos prisioneiros palestinos, Rawa Alsagheer.

“Nosso primeiro objetivo é romper as relações acadêmicas entre USP e a Universidade de Haifa, a Universidade de Telaviv e mais uma universidade israelense. Isso porque a USP tem vários acordos científicos com as universidades israelenses e as tecnologias desenvolvidas estão sendo experimentadas no povo palestino, massacrando esse povo. Além disso é um dinheiro sujo de sangue”, disse Rawa Alsagheer.

O coletivo Vozes Judaicas por Libertação realizou uma oficina, na manhã de hoje, no local. Eles buscam se desvincular dos judeus do sionismo. E alegam ser possível condenar o ataque do Hamas, do último dia 7 de setembro, assim como condenam os crimes de guerra promovidos pelo regime de Israel. Eles alegam que os palestinos, como um povo colonizado, têm direito de resistir para obter a autodeterminação.

Procurada para comentar a respeito do acampamento e das reivindicações, a USP não retornou até o fechamento desta reportagem.

Invasão de Rafah

As manifestações vêm em meio ao início de uma operação militar israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Ali estão cerca de 1,5 milhão de refugiados palestinos.

O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, condenou a ação das forças armadas de Israel, em Rafah, alegando que essa ação mostra um descaso pela observância aos princípios básicos dos direitos humanos e humanitário. Um dos pedidos do Brasil é que todas as partes busquem o diálogo rumo ao cessar fogo e libertação dos reféns.

No entanto, o governo Israelense, por meio do seu primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, emitiu uma declaração oficial em que alega que a operação militar em Rafah tem como objetivo eliminar o Hamas e resgatar os reféns israelenses. Diz ainda a nota que a tentativa de uma proposta de cessar-fogo intermediada pelo Egito e aceita pelo Hamas teve somente o objetivo de impedir a entrada das forças israelenses em Rafah.