execução

Caso Marielle: PGR denuncia irmãos Brazão e ex-chefe da polícia do RJ como mandantes

Domingos e Chiquinho Brazão e o delegado Rivado Barbosa mandaram matar a vereadora, entendeu a PGR. Foram denunciados tambémum ex-assessor e um PM apontado como chefe da milícia

Marcelo Freixo / Wikimedia Commons
Marcelo Freixo / Wikimedia Commons
A vereadora do Psol Marielle Franco foi assassinada com seu motorista Anderson Gomes em março de 2018

São Paulo – A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa como mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, em março de 2018. Todos estão presos desde o fim de março passado. Segundo a TV Globo, a denúncia foi entregue nesta terça-feira (7) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A PGR denunciou também por envolvimento no crime Robson Calixto da Fonseca, o Peixe, ex-assessor de Domingos Brazão, e o policial militar Ronald Alves de Paula, o Major Ronald, apontado como ex-chefe da milícia da Muzema, na Zona Oeste do Rio. A Polícia Federal prendeu os dois nesta quinta-feira (9). Peixe, denunciado por organização criminosa, foi preso no Rio. Ronald, por participação no homicídio, já estava encarcerado em prisão federal.

A PGR apresentou denúncia após um mês e meio do aprofundamento da investigação pela Polícia Federal. Nela, os irmãos Brazão são apontados como mandantes do homicídio e como integrantes de uma organização criminosa. Já o delegado Rivaldo Barbosa, também mandante.

Execução de Marielle estaria inserida 100% nas obsessões da milícia

A delação do matador-confesso, Ronnie Lessa, que implica os irmãos Brazão, fez todo sentido segundo a PGR. As circunstâncias, a narrativa, o encontro de Lessa com os irmãos Brazão. E ainda a promessa dos irmãos de pagamento pelo assassinato da vereadora, que acabou incluindo seu motorista Anderson Gomes.

A denúncia da PGR leva em consideração dados de movimentação de veículos, monitoramento de telefones e triangulação de sinais de telefonia, além de oitivas de dezenas de testemunhas. Para a procuradoria, a análise investigativa documental mais o histórico político dos irmãos Brazão convergem para a acusação criminal contra os irmãos Brazão e o delegado Rivaldo.

Além disso, segundo a denúncia, há os interesses imobiliários dos irmãos, as suas relações com as milícias e os atritos com adversários políticos, como a vereadora Marielle e seu partido, o Psol. Assim, o contexto da execução de Marielle estaria 100% inserido na obsessão pela exploração imobiliária em áreas dominadas pela milícia. Áreas essas em que os irmãos Brazão se criaram e se fortaleceram política e financeiramente.

Leia também:

OAB-RJ pede acesso a todos os inquéritos, abertos e arquivados, por delegados acusados no caso Marielle

Redação: Cida de Oliveira, com informações do g1