Para ministro, suspensão imposta às teles é um ‘marco de arrumação’

Paulo Bernardo, das Comunicações, disse que é preciso aumentar a qualidade ante o crescimento do mercado; deputados protocolam pedido de CPI para investigar serviços prestados pelas operadoras de celular

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, participa de audiência sobre a situação e a qualidade do serviço móvel de telefonia (Wilson Dias/ABr)

São Paulo – O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou hoje (8) que a medida tomada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), de suspender as vendas de linhas telefônicas, “apesar de ser uma medida drástica, foi importante para que as empresas de telefonia móvel chegassem a um marco de arrumação”, disse.

Paulo Bernardo chamou a atenção para o crescimento de 103% da internet móvel, em 2011 e afirmou que a intenção é aumentar a qualidade desse serviço, sobretudo a velocidade. “O celular é cada vez mais uma estação de trabalho, seja para altos executivos de empresas seja para as pessoas mais simples. Então quando nós temos problemas no atendimento, significa problemas que atingem grande parte da população”, explicou, em audiência pública nas comissões de Ciência e Tecnologia e de Meio Ambiente e Defesa do Consumidor do Senado.

Segundo o ministro, o Brasil tem hoje 256 milhões de linhas ativas, o que significa 1,3 aparelhos por habitante. E apesar do número elevado de linhas, segundo Paulo Bernardo, ainda tem muito espaço para crescimento. Em julho, a Anatel decidiu suspender vendas de serviços das operadoras TIM, Oi e Claro em vários estados do país. O bloqueio só foi revisto em 2 de agosto, quando as empresas apresentaram planos para melhoria da qualidade.

Também hoje, o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) protocolou hoje na Câmara requerimento – com 246 assinaturas – para abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a telefonia móvel.

Novas punições

A Anatel não descarta que novas medidas – e até novas suspensões de vendas – possam ser tomadas em relação à qualidade dos serviços prestados por operadoras de telefonia celular, disse o presidente da agência reguladora, João Rezende.

Rezende afirmou que a autarquia pretende fazer um acompanhamento dos planos de melhoria apresentados pelas operadoras e que as negociações serão mantidas, sem negar que novas suspensões possam ser adotadas. “Vamos fazer uma avaliação trimestral”, disse Rezende.

Também presente na audiência, o diretor-executivo do SindiTelebrasil, que representa as principais operadoras, Eduardo Levy, ressaltou a necessidade de instalação de mais antenas para melhoria dos serviços prestados, mesmo que as empresas compartilhem a infraestrutura. “Não há alternativa no país a não ser ampliar e muito a quantidade de antenas que temos. Nós não temos como sair dessa situação”, afirmou Levy.

Tim

O vice-presidente da TIM, Mário Girasole, negou que a empresa pratique a derrubada proposital de ligações do plano Infinty, como foi denunciado ontem (7) pela mídia. Segundo Girasole, o relatório da Anatel em que se baseia a matéria, e que indicaria a derrubada proposital de ligações por parte da empresa, não retrataria a verdade.

“Esse relatório faz parte de procedimento onde há nossa contra-análise. Há falhas técnicas graves, acredito que está sendo reformulado”, garantiu. Além da derrubada proposital de ligações, o relatório da Anatel indicaria que outros cinco índices de qualidade informados pela TIM à agência são falsos.

Com informações da Agência Brasil e Reuters