América do Sul

Cristina Kirchner vence queda de braço, e Argentina tem nova ministra da Economia

Economista substitui Martín Guzmán, que conduziu as negociações com o FMI e era alvo de críticas da ex-presidente e atual vice argentina

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Fernández já se reuniu com nova ministra da Economia, Silvina Batakis

São Paulo – O governo da Argentina anunciou ontem (3) que a economista Silvina Batakis é a nova ministra da Economia. Próxima à vice-presidenta, Cristina Kirchner, ela comandou a economia da província de Buenos Aires de 2011 a 2015, no mandato de Daniel Scioli, ex-embaixador argentino no Brasil e ministro do Desenvolvimento Produtivo. Batakis estava hoje no cargo de secretária de Províncias no Ministério do Interior.

Ela substitui Martín Guzmán, que renunciou no sábado. Ele conduziu as negociações da reestruturação da dívida da Argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI). “Com a profunda convicção e confiança em minha visão do caminho que a Argentina deve seguir, continuarei trabalhando e agindo por uma pátria mais justa, livre e soberana”, afirmou Guzmán na carta de renúncia.

A Argentina é assolada por uma inflação que atingiu 60,7% em junho, para os últimos 12 meses. O governo diz que, apesar da mudança no comando, não estão previstas alterações no rumo da Economia delineado por Guzmán. “O programa econômico realizado segue seu curso, porque é o que nos permite crescer”, disse a porta-voz Gabriela Cerruti. Ela destacou que “não haverá modificação no acordo com o FMI” e que “o rumo está garantido”, assim como “as metas que devem ser cumpridas”.

Segundo a imprensa argentina, Batakis já confirmou que manterá os acordos fechados por seu antecessor com o Fundo Monetário Internacional. Não se sabe se ela seguirá com o plano de austeridade prometido por Guzmán a órgãos internacionais no segundo semestre de 2022.

Atritos

Os atritos entre o agora ex-ministro da Economia da Argentina e a ex-presidente e atual vice não são recentes. Em maio Guzmán rebateu as críticas da vice, dizendo que “dá tranquilidade saber que estamos em equipe fazendo o que acreditamos que vai ajudar a unir o curto com o longo prazo, uma Argentina que pode combater a inflação, que seja inclusiva, dinâmica e com maior estabilidade”. Mas no último fim de semana a pressão de Cristina venceu.

A renegociação das dívidas externas mexeu com o humor de Cristina. No sábado, em discurso, ela afirmou que “o déficit fiscal não é responsável pela inflação”. A nova ministra é “pessoa de confiança de Cristina” e “peronista de longa data”.

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