Bricsa

Convidado a reunião pela China, Fernández pede inclusão da Argentina no Brics

Presidente argentino diz que bloco “constitui plataforma com enormes capacidades para discutir e implementar uma agenda para o futuro”

Twitter/ @alferdez
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Diante da guerra na Europa, Fernández classificou seu país, semelhante a outros, como “a periferia que sofre"

São Paulo – O presidente da Argentina, Alberto Fernández, solicitou nesta sexta-feira (24) a inclusão de seu país como membro pleno do Brics, bloco de países formado por Rússia, China, Índia, África do Sul e Brasil. Em discurso perante os líderes dessas nações na 14ª Cúpula do Brics, ele manifestou ansiedade por uma saída para a crise econômica decorrente da guerra na Ucrânia, que tem potencial de provocar grave crise alimentar no mundo. “Nem o trigo nem os alimentos podem se tornar uma arma de guerra”, disse.

Fernández declarou que a Argentina quer fazer parte do Brics e “oferecer suas contribuições como membro” do bloco que, segundo ele, “constitui uma plataforma com enormes capacidades para discutir e implementar uma agenda para o futuro que nos leve a um tempo melhor e mais justo”.

A Argentina participa desta 14ª Cúpula do Brics, que se encerra hoje, a convite da China, país que ocupa a presidência do grupo. A informação foi divulgada em maio pelo embaixador argentino na China, Sabino Vaca Narvaja. Em fevereiro deste ano, Fernández visitou a Rússia e a China, como sinalização de gostaria de colocar a Argentina no bloco. Na ocasião, Narvaja destacou que o convite era “sumamente importante”, diante do antigo interesse argentino de ingressar no Brics.

Hoje, o presidente argentino se disse “honrado” pelo convite para participar da Cúpula. “Aspiramos a ser membros plenos deste grupo de nações que já representa 42% da população mundial e 24% do produto bruto global”, afirmou. Na quarta-feira (22), em discurso no Fórum Empresarial do Brics, o líder russo Vladimir Putin defendeu “a criação da moeda de reserva internacional” e afirmou que a medida “está em análise”..

“Periferia que sofre”

Diante da guerra na Europa, Fernández classificou seu país, semelhante a outros, como “a periferia que sofre”.  “Quero levantar minha voz para que o mundo inteiro entenda que, embora a guerra seja travada na Europa, suas trágicas consequências repercutem na América Latina e no Caribe, na África e em todo o hemisfério sul”, acrescentou o presidente.

Durante virtual realizado pelos presidentes do bloco, Fernández disse que “a paz é urgente porque é urgente fazer um mundo mais igualitário”. Ele citou o papa Francisco:  “nem trigo nem a comida pode se tornar uma arma de guerra, nem a pessoa humana pode se tornar moeda. A paz não é apenas necessária. A paz é urgente”.

Com informações do Página|12

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