ampliação

Brics terá mais seis países integrantes partir de 1º de janeiro de 2024

O grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul terá também a Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã, que foram convidados. Anúncio foi feito no último dia da cúpula do bloco, em Joanesburgo

Ricardo Stuckert/PR
Ricardo Stuckert/PR
Líderes do Brasil, China, África do Sul, Índia e Rússia posam para foto oficial na Cúpula do Brics

São Paulo – O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, anunciou nesta quinta-feira (24) que o Brics, bloco composto por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul, será ampliado. Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã foram convidados a se unir ao grupo, o que será efetivado a partir de 1º de janeiro.

“Decidimos convidar Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes para se tornarem membros permanentes do Brics. A nova composição passará a valer a partir de 1º de janeiro de 2024”, disse Ramaphosa. “Valorizamos o interesse de outros países em construir uma parceria com o Brics”, completou. 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou a ampliação do bloco em suas redes sociais, neste dia de encerramento da cúpula. “A relevância do Brics é confirmada pelo interesse crescente que outros países demonstram de adesão ao agrupamento. Como indicou o presidente Ramaphosa, é com satisfação que o Brasil dá as boas-vindas ao Brics à Arábia Saudita, à Argentina, ao Egito, aos Emirados Árabes Unidos, à Etiópia e ao Irã”. 

Brics continuará aberto a novos candidatos, diz Lula

Lula também destacou os ganhos com a ampliação. “Muitos alegavam que os Brics seriam demasiado diferentes para forjar uma visão comum. A experiência, contudo, demonstra o contrário. Nossa diversidade fortalece a luta por uma nova ordem, que acomode a pluralidade econômica, geográfica e política do século XXI”. 

“O Brics continuará aberto a novos candidatos”, disse Lula à imprensa, ao lado de Ramaphosa e dos demais líderes. Os atuais países do bloco anunciaram a definição de critérios para a futura entrada de novas nações. O presidente brasileiro fez uma referência especial ao presidente argentino, Alberto Fernández, “grande amigo do Brasil e do mundo em desenvolvimento”. “Continuaremos avançando lado a lado com nossos irmãos argentinos em mais um foro internacional”, disse.

Os atuais integrantes oficializaram a adesão dos novos membros na Declaração de Joanesburgo.

Moeda comum aos membros do Brics

Outro resultado da Cúpula foi um acordo por estudos para uma moeda comum entre os países. Para isso, os bancos centrais e ministérios da Fazenda e Economia de cada integrante farão estudos em busca da adoção de uma moeda de referência do bloco para o comércio internacional. “Essa medida poderá aumentar nossas opções de pagamento e reduzir nossas vulnerabilidades”, disse o brasileiro.

A cúpula decidiu também trabalhar por uma reforma da governança global, especialmente em relação ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

“Seguiremos defendendo temas com impacto direto na qualidade de vida de nossas populações, como o combate à fome, à pobreza, além da promoção do desenvolvimento sustentável. Promoveremos a superação de todas as formas de desigualdade e discriminação. Que o Brics continue sendo força motriz de uma ordem mundial mais justa e ator indispensável na promoção da paz, do multilateralismo e na defesa do direito internacional”, disse.

A 15ª Cúpula de chefes de Estado do Brics termina nesta quinta, após duas sessões ampliadas com participação dos países-membro e mais nações convidadas. Lula continuará na África. Viajará na sequência para Angola, em visita de Estado. E depois para São Tomé e Príncipe, onde participa da conferência de chefes de Estado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

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Redação: Cida de Oliveira, com Agência Brasil