Ação permanente

Polícia Federal deflagra sexta fase da Operação Lesa Pátria, que não tem prazo para acabar

São cumpridos oito mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo STF nos estados de GO, MG, PR, SE e SP

Divulgação/Polícia Federal
Divulgação/Polícia Federal
São cumpridos nesta terça oito mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão

São Paulo – Está em andamento nesta terça-feira  (14) a sexta fase da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal. O objetivo é identificar pessoas que participaram, financiaram e fomentaram os ataques ao Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal no dia 8 de janeiro, quando milhares de pessoas depredaram e destruíram imóveis, móveis e objetos de arte das instituições, muitos de valor incalculável.

São cumpridos hoje oito mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal, no estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Sergipe e São Paulo Até as 10h30, cinco dos oito mandados de prisão já tinham sido cumpridos. Ainda não foram divulgados nomes dos alvos. Até o dia 9, os agentes já cumpriram 17 mandados de prisão preventiva, três de prisão temporária e 38 de busca e apreensão.

Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

AGU pede condenação e ressarcimento de R$ 20,7 milhões de acusados de financiar golpistas

Não há prazo para a Operação Lesa Pátria ser encerrada e ela continua com o status de permanente. As atualizações são periódicas em relação ao número de mandados judiciais, pessoas capturadas e foragidas. Na semana passada, a PF deflagrou a quinta fase da operação e teve como alvos principalmente policiais militares do Distrito Federal.

A Polícia Federal continua pedindo, a quem tenha informações sobre a identificação de pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os ataques a Brasília, para entrar em contato pelo e-mail denuncia8janeiro@pf.gov.br.

Bolsonaristas presos em Bangu 8

As medidas judiciais contra os bolsonaristas que protagonizaram atos antidemocráticos ao longo dos últimos anos continuam sendo adotadas, principalmente no âmbito do STF. Na quarta-feira da semana passada (15), o ex-deputado federal Daniel Silveira foi transferido para o presídio Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na zona Ooeste do Rio.

Na unidade já estão encarcerados o ex-presidente do PTB Roberto Jefferson e o ex-vereador Gabriel Monteiro (RJ), que foi cassado em agosto de 2022.

Daniel Silveira estava no Presídio de Benfica. Ele foi capturado no dia 2 de janeiro pela Polícia Federal, em sua casa em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, um dia depois do fim do seu mandato parlamentar, quando perdeu o foro privilegiado.

Debochado e acintoso

A nova prisão de Silveira foi determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, depois de o ex-parlamentar agir sistematicamente com “completo desrespeito e deboche” diante de decisões judiciais. O bolsonarista danificou a tornozeleira eletrônica que tinha que usar e não parou de atacar o STF e o Tribunal Superior Eleitoral, desafiando os termos da cautelar  pela qual foi solto e que proibia tais atitudes. Ele havia sido beneficiado por perdão presidencial de Jair Bolsonaro em abril de 2022.