Aldo Fornazieri

Flávio Bolsonaro poderá ser investigado pelo Conselho de Ética do Senado

De acordo com professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, oposição poderá pedir que senador seja levado ao Conselho de Ética

Arquivo EBC

Suspeitas sobre filho do presidente abriram primeira crise política do novo governo, cerca de 20 dias após sua posse

São Paulo – As denúncias e suspeitas quanto à ligação do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) com a arrecadação ilícita e com o crime organizado podem trazer implicações imediatas ao filho do presidente, Jair Bolsonaro, segundo avalia o professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fesp-SP) Aldo Fornazieri. Em entrevista ao jornalista Glauco Faria, da Rádio Brasil Atual, ele afirma que a oposição tentará levá-lo ao Conselho de Ética do Senado. “As explicações que ele deu são pouco, ou nada, convincentes.”

Nesta terça-feira (22), uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro para prender milicianos – acusados de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco – apontou dois militares suspeitos de chefiar uma organização criminosa. Ambos já foram homenageados pelo então deputado Flávio Bolsonaro, sendo que parentes de um deles atuaram durante anos em seu gabinete e repassaram dinheiro para as contas de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, investigado por movimentações atípicas durante o mandato.

“Flávio pode ser investigado, evidentemente, e se ele mentiu nas explicações que ele deu tanto em relação à transferência de dinheiro para as contas dele e sobre essas questões ligadas com a milícia, se ele mentiu depois da diplomação dele, ele pode ser levado ao Conselho Ética do Senado e, eventualmente, perder o mandato”, ressalta o professor.

Com 23 dias no poder, o governo Bolsonaro já enfrenta uma crise precoce, alicerçada nas suspeitas contra Flávio – o que, na análise de Fornazieri, enfraquece o governo e seus apoiadores no embate ideológico travado a partir de “questões morais” e atinge não apenas o presidente, mas também o ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Para o professor, se a situação do senador eleito se agravar, haverá apenas uma saída de contenção: “Seria eventualmente uma renúncia (ao mandato) do Flávio Bolsonaro”.

Ouça a entrevista:

Você pode conferir a partir de 32:32

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