Após 'dia de cão'

Rússia contorna crise, ‘perdoa’ Prigozhin e cidade tomada por rebeldes libera ruas

Com recuo e acordo com o Kremlin, processo criminal contra mercenário será arquivado e o líder do grupo Wagner vai morar na Bielorrússia, país aliado de Vladimir Putin

Reprodução/Youtube
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Processo criminal aberto contra Prigozhin será arquivado e o líder do Wagner vai se mudar para Bielorrússia

São Paulo – A Rússia vai dormir sob uma aparfente tranquilidade que parecia impossível durante este sábado (24). Depois de “um dia de cão”, as ruas no centro de Rostov-on-Don, no sul do país, foram reabertas ao tráfego esta noite, segundo a agência russa Interfax. Com a rebelião, os combatentes mercenários do grupo Wagner haviam assumido o controle da cidade, mas começaram a se retirar após o recuo anunciado pelo líder da “empresa militar”, Yevgeny Prigozhin.

Após o recuo, o chefe do grupo teria sido visto saindo de um prédio em Rostov-on-Don junto a outros homens armados. Com o acordo fechado com o Kremlin, o processo criminal aberto contra Prigozhin será arquivado e o líder do grupo vai se mudar para a Bielorrússia, cujo presidente, Alexandr Lukashenko, é aliado de Vladimir Putin e intermediou as conversas.

Anistia e acolhida

O porta-voz da presidência da Rússia, Dmitry Peskov, informou que os mercenários que participaram do motim entre ontem e hoje não serão processados. Ele também anunciou que aqueles combatentes que assim o desejarem poderão firmar contrato para trabalhar no Ministério da Defesa russo.

Segundo Peskov, Lukashenko e Putin decidiram que a Bielorrússia mediará os diálogos que houver daqui para a frente, visando acordos entre as partes. O porta-voz disse que a havia preocupação com “derramamento de sangue, confronto interno e confrontos com resultados imprevisíveis”. “É para esses objetivos que os esforços de mediação de Lukashenko foram feitos, e o presidente Putin tomou uma decisão relevante sobre isso”, afirmou Peskov a jornalistas.

Russos ironizam mídia ocidental

Antes mesmo de a crise ser contornada, muito antes do que observadores ocidentais previam, o portal russo RT, ligado ao Kremlin, classificou como “impressionante” a abordagem da mídia do Ocidente do levante de Prigozhin, debelado em menos de 24 horas.

“À medida que as notícias da tentativa de golpe armado da empresa militar privada de Wagner chegavam ao Ocidente, colunistas de jornais e especialistas correram para prever a queda do governo do presidente russo Vladimir Putin, uma vitória militar para a Ucrânia e um fim incerto para o chefe de Wagner”, ironizou a publicação.

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