Putin promete neutralizar grupo que tomou ‘o caminho da traição’ na Rússia
Presidente russo diz em pronunciamento na TV neste sábado que toda a máquina militar, econômica e informacional do Ocidente foi dirigida contra seu país
Publicado 24/06/2023 - 10h56
São Pauloo – A prometida contra-ofensiva da Ucrânia na guerra contra a Rússia veio por meio de um inesperado levante do grupo de mercenários do grupo Wagner, eté entãoi aliado do presidente russo Vladimir Putin. O Kremlin acusa Yevgeny Prigozhin, que comanda o grupo, de traição e determinou sua prisão. Porém, ele deverá ser caçado e “neutralizado”, se não for preso. Esse grupo é formado por ex-presidiários, como o próprio Prigozhin.
Em pronunciamento em rede nacional de TV neste sábado, Putin dirigiu-se ao país para falar da “aventura criminosa” do grupo que, segundo ele, entrou para o caminho de “um crime grave – a rebelião armada”. “Hoje a Rússia está conduzindo uma luta dificílima pelo seu futuro, repelindo a agressão dos neonazistas e seus patrões. Basicamente toda a máquina militar, econômica e informacional do Ocidente foi dirigida contra nós”, disse.
“Lutamos pela vida e segurança do nosso povo, pela nossa soberania e independência. Pelo direito de ser e permanecer a Rússia – um Estado com mil anos de história”, acrescentou.
“Sofrerão a punição inevitável”
A reação do Exército russo deve ser violenta para tentar debelar o motim dos mercenários do Wagner, que teria uma força de 25 mil homens. “Todos aqueles que deliberadamente tomaram o caminho da traição, que prepararam uma insurreição armada, que tomaram o caminho da chantagem e dos métodos terroristas, sofrerão a punição inevitável”, disse Putin.
O motim começou na noite de sexta-feira (23), quando Prigozhin afirmou que bases de seu grupo de mercenários até então aliados de Moscou foram atacados. O Kremlin desmente veementemente tal alegação, que seria apenas um pretexto. A TV estatal russa interrompeu sua programação da noite para informar sobre a crise.
“Medidas antiterroristas”
No pronunciamento de hoje, Putin disse que as Forças Armadas e outras agências governamentais estão implementando “medidas antiterroristas” em Moscou, na região de Moscou e em várias outras regiões. Ele acrescentou que serão tomadas ações firmes para “estabilizar a situação em Rostov-no-Don”, cidade russa localizada no sul do país que foi o foco inicial da rebelião de Prigozhin.
“Ambições excessivas e interesses pessoais levaram à traição”, disse o presidente russo. “Apelo ainda que aqueles que estão sendo arrastados para esse crime não cometam um erro fatal, trágico e irrepetível, que façam a única escolha certa, de parar de participar de ações criminosas. Acredito que preservaremos e defenderemos o que nos é caro e sagrado e, junto com nossa Pátria, superaremos todas as provações e nos tornaremos ainda mais fortes.”