massacre

Em um mês de guerra em Gaza, Israel já matou mais de 10 mil palestinos, sendo 4,1 mil crianças

Iniciado em 7 de outubro após ataque do Hamas, conflito parece longe de acabar. Com apoio dos Estados Unidos, as autoridades israelenses rejeitam cessar-fogo até a libertação de todos os reféns

Wikimedia Commons
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Mulher palestina chora diante de hospital. Apenas 13 dos 36 estão funcionando. E mesmo assim parcialmente

São Paulo – As operações do exército de Israel que têm como alvo o grupo armado Hamas já deixaram mais de 10 mil palestinos mortos, sendo 4.104 crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Já o governo de Israel informa 1,4 mortos, a maioria civis, e 240 reféns. O conflito, iniciado em 7 de outubro após ataque do Hamas, completa um mês nesta terça-feira, sem expectativa de acabar. Com apoio dos Estados Unidos, as autoridades israelenses rejeitam cessar-fogo até a libertação de todos os reféns pelo Hamas. Consideram, no máximo, uma pausa em troca de reféns.

A opinião pública, no entanto, pede o fim do conflito considerada o mais grave em 75 anos. Multidões têm ido às ruas em diversas partes do mundo pedindo um cessar-fogo. No entanto, Israel segue firme na retaliação ao ataque do Hamas em 7 de outubro, o maior até então. O grupo armado surpreendeu quando disparou 5 mil foguetes contra o território israelense. E fez centenas de vítimas que estavam em um festival de música. Além disso, houve invasão em kibutzim, sequestro de reféns e muitos feridos. Segundo lideranças do Hamas, a operação foi uma resposta ao bloqueio imposto por Israel aos palestinos de Gaza, que já dura mais de uma década.   

No mesmo dia, as autoridades israelenses acionaram as forças de segurança. O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, foi à TV dizer que o grupo “pagará preço sem precedentes” e prometeu exterminar o Hamas. Teve início a operação com bombardeios intensos à Faixa de Gaza, onde estão as bases do Hamas. Israel convocou mais de 300 mil reservistas e impôs bloqueio total – proibição de entrada de água, comida e combustível –, além da expulsão da população no norte de Gaza, majoritariamente palestina, para o sul.

Hospitais, escolas e abrigos de refugiados no alvo

Neste momento, as forças de segurança afirmam ter cercado a cidade de Gaza e intensificam as ações terrestres.  O Hamas reagiu, ameaçando executar um refém civil israelense a cada novo bombardeio em Gaza. O grupo mantém contra-ataques a partir de túneis subterrâneos.

Em meio à escalada do conflito, hospitais passaram a ser atingidos, assim como escolas e abrigos de refugiados, ferindo e matando os civis mais vulneráveis, como mulheres e crianças. A região com população estimada em 2,3 milhões de pessoas, de maioria palestina, enfrenta uma crise humanitária. Faltam água, alimentos, medicamentos, energia, combustíveis e internet. Israel até autoriza a entrada de caminhões com suprimentos, vindas do Egito, o que é considerado insuficiente.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas, formado por Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, após diversas reuniões, ainda chegou a um consenso.  Durante os 31 dias à frente do Conselho, o Brasil liderou tentativas de acordo, com veto dos Estados Unidos e rejeição de outras propostas.  

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Redação: Cida de Oliveira, com Agência Brasil