Saída da guerra

Governo resgata 33 brasileiros na Cisjordânia e reforça ao Egito pedido de passagem a outros 32

Doze famílias cruzaram a fronteira do território palestino com a Jordânia, de onde embarcarão para o Brasil ainda nesta quarta. Passagem por Rafah também é aberta, mas brasileiros ainda aguardam inclusão de nomes nas próximas listas

Representação Brasileira em Ramala/Divulgação
Representação Brasileira em Ramala/Divulgação
Grupo de 33 brasileiros de 12 famílias que estavam no território palestino da Cisjordânia, a leste de Israel, foram resgatados nesta quarta (1º)

São Paulo – O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) resgatou, nesta quarta-feira (1º), 33 brasileiros de 12 famílias que estavam no território palestino da Cisjordânia, a leste de Israel. São 11 crianças, 10 mulheres e 12 homens, sendo seis idosos, que havia solicitado repatriação diante da escalada de ataques do exército israelense. Desde 7 de outubro, os bombardeios avançam sobre a Faixa de Gaza em direção a outras localidades palestinas.

De acordo com o embaixador brasileiro na Palestina, Alessandro Candeas, o governo alugou três veículos, incluindo ônibus e vans, para conduzir os passageiros de 11 cidades da Cisjordânia até Jericó. Após os trâmites migratórios, pela manhã, o grupo partiu para a fronteira com a Jordânia e embarcaram em outro ônibus fretado para a Amã, capital do país. Ainda hoje, segundo o governo, os brasileiros deverão embarcar em aeronave da Presidência da República com destino à Base Aérea de Brasília.

A capital federal é o destino final de duas pessoas. Outros oito seguirão para Foz do Iguaçu (PR), cinco para São Paulo, quatro para Florianópolis e três a Recife. Três irão a Fortaleza, dois a Curitiba, dois para Goiânia e um em Porto Alegre.

Governo reforça pedido ao Egito

Também nesta quarta, estrangeiros começaram a deixar a Faixa de Gaza pela primeira vez desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro. Eles utilizam a passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, única fronteira por terra em Gaza que não leva a Israel. O grupo foi autorizado a sair após um acordo mediado pelo Catar com o governo de Benjamin Netanyahu, Egito e o Hamas. Porém, foram autorizados cerca de 500 descendentes da Austrália, Áustria, Bulgária, Finlândia, Indonésia, Jordânia, Japão e República Tcheca.

A primeira relação também inclui nomes de integrantes da Cruz Vermelha e de algumas organizações não-governamentais. Não há informações, porém, sobre quanto tempo a passagem ficará aberta e se todos os estrangeiros poderão atravessar o corredor em um único comboio ainda hoje.

A primeira lista mostra a preferência de Israel de resgatar cidadãos de países aliados ao seu governo, segundo diplomatas ouvidos pelo portal g1. Diante da ausência dos nomes brasileiros na lista, o ministro das Relações Exteriores afirmou que reforçará hoje os pedidos ao chanceler egípcio Samen Shoukry para a saída de 32 pessoas.

São 16 brasileiros que aguardam a liberação da fronteira em Rafah. Na região, milhares de estrangeiros e refugiados se avolumam depois que Israel ordenou que civis deixassem o norte de Gaza. Apesar do deslocamento forçado, a cidade também vem sendo alvo de ataques aéreos por parte do governo de Netanyahu.

Há ainda outros 16 brasileiros na espera da repatriação em Khan Yunis, a maior cidade do sul de Gaza. Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) já aguarda em território egípcio pela chegada do grupo para a viagem de volta ao Brasil.

Leia também:

Redação: Clara Assunção
Com informações da
CNN e do g1