Ajuda humanitária

MST doa duas toneladas de alimentos para famílias de Gaza

Avião da FAB decola para o Egito levando o primeiro carregamento do MST, que pretende doar 100 toneladas de alimentos à Palestina, em parceria com o governo brasileiro

Divulgação/MST
Divulgação/MST
Carregamento do MST enviado a Gaza inclui arroz, derivados de milho e leite em pó

São Paulo – O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) doou duas toneladas de alimentos para os palestinos vítimas da ofensiva israelense na Faixa de Gaza. O Itamaraty confirmou a doação como uma nova contribuição “para os esforços internacionais de assistência humanitária” aos afetados pelo conflito. O carregamento conta com arroz, derivados de milho e leite em pó.

O transporte das doações ficará a cargo da Força Aérea Brasileira (FAB). Uma aeronave VC-2 (Embraer 190) parte do Brasil, na tarde desta segunda-feira (30), com destino ao Egito, levando o carregamento. O avião vai substituir outro do mesmo modelo que está no Egito há quase semanas, onde aguarda a liberação para trazer cerca de 30 brasileiros que estão na Faixa de Gaza.

Assim, o principal grupo que receberá as doações é composto por 34 pessoas, no qual 24 são brasileiros. O restante será destinado aos palestinos que são parentes de brasileiros e estão no enclave atacado por Israel, principalmente as crianças.

Após a primeira remessa de alimentos, o MST pretende enviar 100 toneladas de alimentos para a Palestina. Do mesmo modo, a ação vai contar com apoio do Ministério das Relações Exteriores para viabilizar os novos esforços de assistência humanitária.

A dirigente nacional do MST Cassia Bechara ressalta a importância da solidariedade ao povo palestino: “As pessoas que não estão morrendo dos bombardeios, estão sob profundo risco de morrer de fome, de falta de água potável, de falta de alimentação.”

Desde o dia 21 de outubro, começou a entrar ajuda humanitária pela fronteira com o Egito. Mas as organizações que atuam em Gaza defendem que o volume é insuficiente para atender a população local. “Então, agora, nesse momento central para todo o povo brasileiro, é exigir o cessar-fogo e garantir a solidariedade à população de Gaza”, afirma a dirigente.

Crise humanitária

Em função dos bombardeios de Israel, que já duram mais de três semanas, as cerca de 2,2 milhões de pessoas que vivem na Faixa de Gaza sofrem uma grave crise humanitária. Há escassez de água, gás de cozinha e alimentos, dentre outros itens essenciais.  

Antes das hostilidades, entravam em Gaza uma média 500 caminhões por dia. Agora, a ajuda humanitária que entra na região é de cerca de 12 caminhões por dia. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), é como se fosse “uma gota no oceano de necessidades”.

No último sábado (28), milhares de pessoas invadiram armazéns e centros de distribuição da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) nas áreas central e sul da Faixa de Gaza. Conforme a UNRWA, a população desesperada retirou farinha de trigo e itens básicos de sobrevivência.  

“Este é um sinal preocupante de que a ordem civil começa a ruir depois de três semanas de guerra e de um cerco rigoroso a Gaza. As pessoas estão assustadas, frustradas e desesperadas”, disse o diretor de assuntos da UNRWA na Faixa de Gaza, Thomas White.

Com informações da Agência Brasil