escalada do terror

Israel intensifica ataque aéreo e terrestre contra palestinos em Gaza

Violência e tensão se espalham pela região, que segundo autoridades locais tem 7.600 palestinos mortos, dos quais 3.500 crianças. Do lado israelense, são 1.400. Bombardeios e a presença de blindados vindos de Tel Aviv aumentam

Wikimedia Commons/Matt Hrkac
Wikimedia Commons/Matt Hrkac
Apoio ao povo palestino em Melbourne, Austrália: Bombardear crianças não é auto defesa

São Paulo – O exército de Israel intensificou ataques aéreos e terrestres na Faixa de Gaza, alvo desde 7 de outubro, após ação do grupo armado Hamas. Segundo autoridades locais, passa de 7.600 palestinos mortos, dos quais 3.500 crianças, e 1.400 israelenses. E mesmo assim o governo de Benjamin Netanyahu, de extrema direita, ampliou os bombardeios e a presença de blindados vindos da capital Tel Aviv. As operações têm apoio dos EUA, aliado histórico, que a princípio temia a morte de 239 reféns israelense e a reprovação da opinião pública.

Segundo porta-voz militar de Israel Daniel Hagari, desde domingo (29) caças israelenses atingiram 600 alvos. E que “dezenas de terroristas” foram mortos, citando ao menos 20 integrantes do Hamas, atingidos por artilharia. Ele ainda divulgou vídeos em que tanques Merkava são vistos em ação ao lado de grandes escavadeiras.

Hagari disse que a ação “está progredindo gradualmente de acordo com nossos planos operacionais” e irá “se intensificar de acordo com as fases da guerra”. E que a questão dos reféns pesa nessa escalada, que ele chama de “dosimetria”.

Israel usou caças para bombardear sul do Líbano

As forças israelenses mantêm prontidão na fronteira norte do país, onde voltaram a lutar contra integrantes do Hezbollah, grupo libanês que apoia o Hamas. E usaram caças neste domingo (29) para bombardear posições do grupo no sul do Líbano, além de pontos de lançamento de foguetes na Síria.

A ajuda humanitária, porém, segue em descompasso, entrando aos poucos pela fronteira com o Egito em Rafah. Ali estão 18 dos 34 brasileiros e palestinos assistidos pelo Itamaraty, que aguardam autorização para deixar o local enquanto os bombardeios seguem incessantes.

Sem gás, o grupo queima lenha para cozinhar. Após corte na internet local por ataques israelenses, a comunicação foi restabelecida parcialmente. No norte de Gaza, porém, a situação é mais grave, com 117 mil pessoas refugiadas junto a pacientes e médicos de hospitais ainda em funcionamento, segundo a ONU.

EUA enviam segundo grupo de porta-aviões à região

O temor de que o conflito se espalhe pela região é grande. Rival estratégico dos EUA e de Israel, e aliado do Hamas e do Hezbollah, o Irã pediu cessar-fogo. Nesta quinta-feira (26), o chanceler iraniano, Hossein Amir Abdollahian, alertou o governo de Joe Biden: “Se a operação de genocídio continuar, não iremos apenas assistir. Os EUA não serão poupados de fogo”, disse, Abdollahian durante reunião no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Além de apoiar os ataques, rejeitando um cessar-fogo, os EUA direcionaram para a região o segundo grupo de porta-aviões de propulsão nuclear. O do USS Gerald Ford, maior navio de guerra do mundo, está no Mediterrâneo desde o início do conflito. Ao todo, estarão perto da costa israelense quase 20 mil marinheiros, aviadores e fuzileiros navais estadunidenses.

A violência se intensifica em Israel. Operação das forças de defesa e do serviço de espionagem israelenses em um campo de refugiados em Jenin, na Cisjordânia, deixou diversos mortos. Nesta segunda (30), um soldado israelense foi preso por matar um palestino que colhia azeitonas em Nablus, também na Cisjordânia, território administrado pela Autoridade Nacional Palestina. O militar disse que temia ser atacado. Já em Jerusalém, um policial foi esfaqueado na rua por um árabe-israelense, que foi baleado.

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Redação: Cida de Oliveira