Guerra em Gaza

‘Se o genocídio continuar, não iremos apenas assistir’, diz Irã aos EUA, aliado de Israel

O alerta a Joe Biden veio do chanceler iraniano Hossein Amir Abdollahian durante reunião no Conselho de Segurança da ONU nesta quinta, sinalizando para o risco de a guerra se espalhar pelo Oriente Médio

APAimages/Commons Wikimedia
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EUA e Israel, que ataca também por terra, rejeitam um cessar-fogo em Gaza, que já tem ao menos 7 mil mortos, entre eles 2.913 crianças

São Paulo – O chanceler iraniano, Hossein Amir Abdollahian, fez um alerta ao governo dos Estados Unidos nesta quinta-feira (26): “Se a operação de genocídio continuar, não iremos apenas assistir. Os Estados Unidos não serão poupados de fogo”, disse Abdollahian durante reunião no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), sinalizando para o risco de a guerra se espalhar pelo Oriente Médio.

O representante do governo do Irã se dirigia aos Estados Unidos, que financiam e armam seu aliado no Oriente Médio. Ambos rejeitam um cessar-fogo em Gaza, que já tem ao menos 7 mil mortos, sendo 2.913 crianças. E Israel amplia a ofensiva, inclusive por terra.

O iraniano fez ainda um apelo para que o governo de Joe Biden pressione Israel a interromper os ataques realizados com a complacência de países europeus. Segundo ele, para quem o Hamas não deve ser considerado como um grupo terrorista, o massacre contra israelenses em 7 de outubro foi “a explosão de um vulcão” diante da ocupação das terras palestinas. Os atos do Hamas, entretanto, foram condenados por líderes de todo o mundo, inclusive do Brasil.

Irã propõe operação com o Catar para troca de civis

Em discurso na ONU, a diplomacia iraniana propôs a liberação de civis israelenses em troca dos 6 mil combatentes do grupo Hamas que estão em prisões israelenses. O Irã faria a operação juntamente com o governo do Catar. A proposta foi feita após Israel rejeitar nova proposta de cessar-fogo.

Genocídio para o Irã, para os israelenses os ataques significam evitar que o Hamas possa se armar. Segundo a diplomacia, “se o mundo quer acabar com a guerra, basta pressionar o Hamas a devolver os reféns israelenses”. Além disso, deixou claro que seu país não pretende cumprir a resolução caso seja aprovada.

Prenúncio de catástrofe humanitária em Gaza

O Conselho de Segurança da ONU ainda não conseguiu chegar a um acordo sobre como responder à crise em Gaza. Um texto proposto pelos EUA foi vetado por Rússia e China, que acusaram Washington de sequer pedir um cessar-fogo.

Enquanto isso, a situação só piora. Segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA), os suprimentos estão sendo racionados em Gaza, onde os combustíveis já estavam no final. Ou seja, o prenúncio de uma catástrofe humanitária com hospitais sem medicamentos e sem suprimentos.

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Redação: Cida de Oliveira, com Uol