Gaza sitiada

Família de brasileiro é morta após bombardeio de Israel no norte da Faixa de Gaza

Vítimas são parentes de Hassan Rabee, que visitava a família com a esposa e duas filhas pequenas poucos dias antes do início da nova fase do conflito. O brasileiro é um dos 30 que aguardam abertura para deixar a zona de guerra

© Unicef/Hassan Islyeh
© Unicef/Hassan Islyeh
"Guerra contra civis e crianças", denunciou brasileiro sobre ofensiva de Israel sobre os territórios palestinos

São Paulo – Parte da família do brasileiro Hassan Rabee, que tenta sair da Palestina para retornar ao Brasil, morreu após mais um bombardeio de Israel na Faixa de Gaza na noite desta quinta-feira (19). A informação foi confirmada pela Embaixada do Brasil na Palestina. Em vídeo enviado à imprensa, Rabee detalhou que os bombardeios destruíram o prédio onde o primo vivia com a esposa, filhos e netos do casal na cidade de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza.

“Ele estava no norte da Faixa de Gaza, teve ataque bombardeio na noite passada perto da casa dele, o prédio dele foi destruído em cima dos cidadãos palestinos. A notícia que recebemos é de que mais de 60 pessoas moravam nesse prédio. Muito triste, um cara cidadão do bem, trabalhador, não tem nada a ver com isso”, lamentou o brasileiro. “Guerra contra civis e crianças”, acrescentou.

Hassan Rabee, de 30 anos, é palestino naturalizado brasileiro. Ele vive em São Paulo desde 2014 e foi à Faixa de Gaza, acompanhado da esposa e duas filhas pequenas, visitar a família poucos dias antes do início das hostilidades entre Israel e o grupo Hamas. Atualmente, ele e a família estão abrigados em uma casa no território palestino, aguardando a abertura da fronteira com o Egito, em Rafah, para deixar a zona de guerra. Ao todo, 30 brasileiros esperam o cessar-fogo e o corredor humanitário para serem resgatados pelo Itamaraty.

Cúpula no Egito e ajuda humanitária

Ainda não há, contudo, previsão para a abertura. Neste sábado (21), o Brasil participa de uma cúpula no Cairo, capital egípcia, para discutir uma solução ao impasse. O encontro foi convocado pelo país sede e vai reunir também líderes da região e europeus. Estados Unidos, Rússia e China também deverão enviar delegações ao evento. O Brasil foi convidado pelo Egito após atuação no Conselho de Segurança da ONU, e deverá ser o único país latino-americano a participar da cúpula.

Desde o começo da guerra entre Israel e o Hamas, no dia 7 de outubro, o número de mortos passa de 5,5 mil, segundo autoridades locais. Somente a ofensiva israelense provocou mais de 4,2 mil vítimas nos territórios palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Em Israel, foi registrada a morte de 1,4 mil no primeiro ataque feito pelo Hamas.

Embora o secretário-geral da ONU, António Guterres, tenha defendido na quinta-feira (18), no Cairo, um “acesso rápido e desimpedido” à ajuda humanitária a Gaza, a operação que deveria começar nesta sexta foi adiada. A ajuda humanitária poderá entrar sábado, de acordo com o gestor de emergências da ONU, Martin Griffiths. Cerca de 2,3 milhões de pessoas aguardam desesperadamente a abertura do posto de passagem de Rafah, por onde deverão entrar os caminhões de ajuda humanitária internacional.

Redação: Clara Assunção

(*) Com informações da Agência Brasil


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