Guerra de informação

Decisão de Haia que ‘condena’ Putin à prisão não tem efeito legal, é nula e ultrajante, diz Moscou

Decisão, apenas simbólica, se deve a acusações de que a Rússia deporta crianças ucranianas, informação que o governo russo diz ser fake news

Sputnik / Serviço de imprensa/MRE da Rússia
Sputnik / Serviço de imprensa/MRE da Rússia
Maria Zakharova: "As decisões do TPI não têm nenhum significado para nosso país, inclusive do ponto de vista legal"

São Paulo – O pedido de prisão do presidente russo, Vladimir Putin, pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) não tem nenhum efeito prático e seu significado é meramente simbólico. As decisões da Corte de Haia, na Holanda, são usadas politicamente, de acordo com os interesses em questão. No caso de Putin, o interesse é do governo dos Estados Unidos, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e da mídia ocidental.

Por isso, representantes de Moscou manifestaram desprezo pelo “julgamento”. “Achamos a própria formulação da questão ultrajante e inaceitável. A Rússia, como vários Estados, não reconhece a jurisdição deste tribunal e, portanto, quaisquer decisões deste tipo são nulas e sem efeito para a Rússia do ponto de vista legal”, afirmou Dmitry Peskov, porta-voz presidencial russo.

A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, também se manifestou sobre a decisão da prisão de Putin e lembrou que a Rússia sequer é membro do TPI ou assina o Estatuto de Roma, que criou esse tribunal. “As decisões do Tribunal Penal Internacional não têm nenhum significado para nosso país, inclusive do ponto de vista legal”, disse.

“A Rússia não é parte do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional e não tem nenhuma obrigação sob ele. A Rússia não está cooperando com este órgão, e possíveis ‘prescrições’ de prisão emanadas do tribunal internacional serão legalmente nulas para nós”, frisou Zakharova.

Informação ou fake news?

A decisão do TPI foi emitida nesta sexta-feira (17), por acusações de que Moscou deporta crianças ucranianas. Essa informação, de acordo com o governo russo, é fake news. O estudo no qual o governo dos Estados Unidos se baseia para fazer tal acusação é da Universidade de Yale, que tem forte ligação com a Casa Branca.

Tanto é assim que a instituição formou inúmeros presidentes dos Estados Unidos, como William Howard Taft, Gerald Ford, George H. W. Bush, Bill Clinton e George W. Bush.

As crianças supostamente mantidas em “campos de reeducação” e o “massacre de Bucha” são duas de muitas informações exploradas pela mídia ocidental na guerra de informação inerente ao conflito armado, mas não são comprovadas.