Rússia x Ucrânia

Lula envia Amorim a Davos para reunião sobre plano de paz proposto por Zelensky

Brasil levará mensagem de diálogo entre Moscou e Kiev, mas encontro – patrocinado por Ucrânia e Suíça – não trará resultados concretos, pois a Rússia sequer foi convidada

Reprodução Youtube/TVT
Reprodução Youtube/TVT

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, para Davos, na Suíça, onde será realizada neste domingo (14) uma reunião para discutir a paz na entre Rússia e Ucrânia. O conflito completará dois anos em 24 de fevereiro. O governo brasileiro levará a mensagem de diálogo entre os dois lados, inclusive porque a Rússia não foi convidada. Já o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deverá participar, já que o plano de paz é de Kiev.

Neste domingo, a reunião será organizada pela Ucrânia e pela Suíça. Foram convidados 120 conselheiros de todo o mundo. Mas nem todos irão. O encontro ocorre um dia antes de se iniciar o Fórum Econômico Mundial de Davos. O grande problema é que essa reunião sequer pode ser chamada de “cúpula”, pois o que estará sobre a mesa é uma proposta de paz da Ucrânia, sem a participação de Moscou.

Rússia: plano de Kiev é “absurdo”

Há menos de um mês, o Kremlin já afirmou que não há base para negociações se o plano de paz proposto por Kiev exclui a Rússia. “Para dizer o mínimo, esse é um processo absurdo”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em 20 de dezembro passado. “Nós realmente consideramos que o tópico das negociações não é relevante no momento”, disse Peskov, conforme relatado pela Reuters.

O “plano de paz” de Zelensky tem dez pontos e exige a retirada das tropas russas, o fim das hostilidades e a restauração das fronteiras da Ucrânia com a Rússia. Esses termos, para Moscou, são inaceitáveis.

Segundo disse Peskov na ocasião, o Reino Unido acabou com as chances de um acordo de paz em 2022, depois de pressionar a Ucrânia a recusar um esboço de acordo proposto pelos russos. “Depois disso, não houve pré-requisitos para negociações.”

Zelensky assinou um decreto em outubro de 2022 no qual declarou ser “impossível” qualquer conversa ucraniana com o líder russo, Vladimir Putin, depois que Moscou anexou quatro regiões do sul e do leste da Ucrânia.

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