Reunião do G20

Secretário-geral da ONU diz não estar ‘muito esperançoso’ sobre paz entre Kiev e Moscou

Secretário-geral das Nações Unidas falou a jornalistas em entrevista coletiva nesta sexta-feira, em Nova Délhi, capital da Índia, onde está para cúpula do G20

Twitter/G20 Official
Twitter/G20 Official
“Não estou muito esperançoso de que teremos uma solução pacífica no futuro imediato”, diz Guterres (à esquerda)

São Paulo – O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou em entrevista coletiva nessa sexta-feira (8), em Nova Délhi, capital da Índia, que não vê esperança de paz para o conflito entre Rússia e Ucrânia, já que Moscou e Kiev estão, em sua visão, determinadas a alcançar os seus objetivos pela força. “Não estou muito esperançoso de que teremos uma solução pacífica no futuro imediato”, disse.

A opinião foi manifestada ao ser questionado se a Índia tem credibilidade para ser mediadora no conflito. Ex-primeiro-Ministro de Portugal (1995-2002) e ex-secretário-geral do Partido Socialista português (1992 -2002), Guterres falou a jornalistas antes da cúpula do G20. “Acho que as duas partes ainda estão decididas a seguir em frente com o conflito”, opinou.

Segundo o Ministério da Defesa (MD) da Rússia, desde o início da ofensiva as tropas ucranianas perderam mais de 66 mil homens e 7.600 peças de equipamentos pesados. De acordo com o MD, as Forças Armadas ucranianas não atingiram seus objetivos em nenhuma direção durante os três meses da chamada contraofensiva.

O site russo RT observa que, apesar de os próprios apoiadores ocidentais da Ucrânia admitirem que a contraofensiva foi um fracasso, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky ainda insiste que seus militares retomarão as antigas regiões ucranianas de Kherson, Zaporozhye e as repúblicas populares de Donetsk e Luhansk.

Leia também: Lula recebe no domingo a presidência do G20 em cúpula marcada por divisão

“Nova realidade territorial”

As condições que a Rússia impõe para negociar são claras e irredutíveis. Moscou afirma que está aberta a uma solução diplomática, mas qualquer acordo de paz só será fechado se a Ucrânia reconhecer “a nova realidade territorial”. Ou seja, as regiões conquistadas na guerra serão consideradas definitivamente incorporadas ao território russo e jamais devolvidas à Ucrânia.

Tarefa ainda mais fantasiosa, na opinião de Moscou, são as afirmações dos aliados de Zelensky de que Kiev poderia recuperar a Crimeia, que os russos invadiram após o golpe que derrubou o então presidente pró-Moscou Viktor Yanukovych em 2014.

Marionete do Ocidente

Fora isso, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, diz que as negociações seriam realizadas “não com Zelensky, que é uma marionete nas mãos do Ocidente, mas diretamente com os seus mestres”.

“A liderança ucraniana está desesperadamente tentando demonstrar aos curadores ocidentais pelo menos algum sucesso de ações ofensivas para obter mais assistência militar e econômica, o que só prolonga o conflito”, afirmou o ministro da Defesa russa, Sergei Shoigu.

Leia mais: