Em Angola

‘Quem faz a guerra, quem vende armas são os países do Conselho de Segurança’, diz Lula

Presidente brasileiro criticou o desinteresse das Nações Unidas pela Palestina. “A ONU de 2023 está longe de ter a mesma credibilidade da ONU de 1945”

Reprodução
Reprodução
Lula defendeu que a América Latina e a África tenham maior representatividade no Conselho

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixa Angola neste domingo (27), e segue para São Tomé e Príncipe, onde participa da Cúpula dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Neste sábado, em coletiva à imprensa, ele fez duras críticas ao Conselho de Segurança da ONU e às própria Nações Unidas. Segundo presidente brasileiro, “o Conselho de Segurança, que deveria ser a segurança da paz e da tranquilidade, é o que faz a guerra sem conversar com ninguém”.

Ele falou das guerras das últimas décadas para exemplificar a inoperância do organismo. “A Rússia vai para a Ucrânia sem discutir no Conselho de Segurança. Os Estados Unidos vão para o Iraque sem discutir no Conselho de Segurança. A França e a Inglaterra vão invadir a Líbia sem passar pelo Conselho de Segurança. Ou seja, quem faz a guerra, quem produz arma, quem vende armas são os países do Conselho de Segurança. Está errado.”

Para o presidente, “a ONU de 2023 está longe de ter a mesma credibilidade da ONU de 1945″. Ele criticou o desinteresse das Nações Unidas pela luta da Palestina. “Em 1948, a ONU conseguiu criar o Estado Israel. Em 2023, ela não consegue fazer cumprir a área reservada aos palestinos”, destacou.

Pela ampliação do Conselho de Segurança

Mais uma vez, Lula reafirmou os pleitos de Brasil, Índia, Alemanha e Japão, que pretendem ter assento permanente no Conselho de Segurança. Desde a Segunda Guerra Mundial, apenas cinco países, os considerados vencedores do conflito que acabou em 1945, são membros permanentes: Rússia, China, Reino Unido, Estados Unidos e França.

Ele também defendeu que a América Latina e a África tenham maior representatividade no organismo. “Qual é a representação da África no Conselho de Segurança? Qual é a representação da Ásia, da América Latina? Deixamos claro que defendemos que o Brasil entre no Conselho de Segurança, a Índia, a Alemanha, o Japão. Há divergências, mas não são nossas”, completou.

“Não temos que ter medo de fazer coisas utópicas. O mundo está precisando de um pouco de utopia, acreditar que o amor pode vencer o ódio”, pontuou.

Um alô ao Congresso Nacional

Com um olho na agenda internacional e outro no Brasil, o petista enviou pelo Twitter uma mensagem de agradecimento ao Congresso Nacional pelas decisões mais recentes. “Queria agradecer o parlamento brasileiro pela aprovação da proposta do governo federal que irá garantir o aumento real do salário mínimo, a isenção do imposto de renda e o novo arcabouço fiscal. As coisas estão funcionando porque estamos buscando exercitar a democracia da forma mais plena possível”, disse.