Infiltrado

Segurança que vivia ‘colado’ em Lula participava de grupo com militares golpistas

Polícia Federal descobriu, a partir do celular de Mauro Cid, que tenente-coronel André Luis Cruz Correia tinha ligações com golpistas

Ricardo Stuckert/PR
Ricardo Stuckert/PR
Palácio do Planalto só ficou sabendo do infiltrado depois de quase 8 meses de governo

São Paulo – A Polícia Federal (PF) descobriu que o tenente-coronel André Luis Cruz Correia, segurança que vivia “colado” no presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participava de um grupo de WhatsApp com militares golpistas. Esses integrantes defendiam um golpe de Estado e ameaçavam o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi obtida a partir de investigações no celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), que teve celular apreendido.

A exoneração de Correia – subordinado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) – e a suspeita de sua participação em grupo golpista já havia sido divulgada em 15 de agosto por César Tralli na Globonews.

O Palácio do Planalto – que ficou sabendo do infiltrado só depois de quase oito meses de governo – exonerou Correia ao saber do caso. O militar era subordinado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e, segundo integrantes do governo, atuava na segurança direta de Lula até em viagens internacionais, como à Bélgica em julho.

Lula manteve GSI em sua segurança; Janja preferiu a PF

Em junho, depois de muito debate interno no governo, Lula decidiu que os militares do GSI voltassem a fazer sua segurança pessoal. Porém, a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, rejeitou que o GSI assumisse sua segurança. Ela preferiu a proteção da PF, enquanto Lula seria acompanhado pelos militares do GSI.

Segundo as informações da época, Janja não se sentiria confortável com a segurança feita por membros do GSI depois do ataque golpista a Brasília de 8 de janeiro, que contou com a leniência do órgão.