Expressão do povo

Coletivo realiza roda de coco nesta segunda-feira na zona sul de São Paulo

Espaço da Associação Bloco do Beco, da região de M’Boi Mirim, zona sul da capital, promoverá uma roda de coco que vai unir os antigos e novos brincantes dessa arte oriunda do Nordeste

Sheila Signatário / Divulgação
Sheila Signatário / Divulgação
“O coco de roda é uma manifestação da cultura tradicional do nosso Brasil, e não pode faltar uma festa dessa na quebrada"

São Paulo – A roda de coco é uma manifestação cultural do Nordeste, mas na segunda-feira (14) será em São Paulo que essa importante expressão cultural ganhará visibilidade. O espaço da Associação Bloco do Beco, localizado na região de M’Boi Mirim, zona sul da capital, se transformará em verdadeira roda de coco, por meio de uma grande celebração, que unirá os antigos e novos brincantes dessa expressão.

O evento, organizado pelo coletivo Quebrada de Coco, contará com o lançamento e audição do disco Caminhando se Faz o Caminho, primeiro trabalho autoral de estúdio do grupo e do álbum visual de mesmo nome. Após os lançamentos, o grupo iniciará a “Sambada”, convocando todo o público para brincar e se divertir junto, e contará com as participações especiais de Nega Deza, do Grupo Candearte, e das Juremas, além de amigos brincantes que serão convidados a também partilharem suas criações.

“O coco de roda é uma manifestação da cultura tradicional do nosso Brasil, e não pode faltar uma festa dessa na quebrada, e, para essa grande celebração, também planejamos a partilha do alimento entre todos presentes, retomando o sentido de trabalho comunitário. À meia noite, será inserida na roda da brincadeira um pilão, quando o povo se reveza na pila para macerar o amendoim e produzir uma paçoca artesanal”, afirma o brincante João Aquino, responsável pelo coletivo. O evento ainda contará com barracas de comida e artesanato, contribuindo para movimentar a economia local.

Grupo começou a atuar em 2014

Com início de seus trabalhos em 2014, no Espaço Comunidade, localizado no Jd. Monte Azul, região periférica da zona sul de São Paulo, o grupo Quebrada de Coco atuou no local por muitos anos, promovendo a sua sambada de Coco de Roda. Além dessa manifestação artística, que surgiu a partir da junção das culturas negra e indígena, outras expressões culturais tradicionais também marcaram o trabalho do coletivo.

Em 2018, com o fechamento do espaço, o grupo se concentrou em aprofundar a relação com as manifestações e mestres do folguedo para, a partir de 2020, se reconhecer como um grupo de artistas, criadores, brincantes e multiplicadores da tradição cultural do Coco de Roda.

Felipe Stucchi / Divulgação
O evento, organizado pelo coletivo Quebrada de Coco, contará com o lançamento e audição do disco ‘Caminhando se Faz o Caminho’ / Foto: Felipe Stucchi

Nesse mesmo ano, em meio à crise sanitária provocada pelo coronavírus e a consequente interrupção das atividades presenciais, o coletivo idealiza o projeto Caminhando se Faz o Caminho, cujo intuito é servir como ferramenta de ampliação da nossa cultura popular brasileira nas periferias e quebradas paulistanas, por meio da criação de um álbum musical e visual.

Neste ano, o coletivo concretiza o projeto, ao ser contemplado pelo incentivo do Programa de Valorização às Iniciativas Culturais (VAI), desenvolvido pela Secretaria de Cultura do Município de São Paulo, para a criação do primeiro álbum musical gravado em estúdio e um álbum visual contendo cenas e poesias autorais gravado no Espaço Clariô de Teatro.

Além disso, com a amenização da pandemia, o grupo retorna com suas atividades presenciais nesta grande celebração, que marca tanto o lançamento do projeto, quanto o retorno da Sambada de Coco de Roda.

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“Estamos muito empolgados, pois desde o início da Quebrada de Coco a gente vem trazendo grupos e coletivos da periferia para celebrar o encontro e apresentar os seus trabalhos na pesquisa e realização das manifestações populares, como acontecerá no dia 14 de novembro, e depois de tanto tempo sem conseguir realizar esperamos todo mundo lá pra pisar o coco e a paçoca com a gente”, convida João.

A entrada do evento é gratuita e as contribuições com a sua realização são voluntárias. O coletivo contará com as participações especiais de Negadeza, percussionista, cantora e compositora pernambucana, neta de Dona Selma do Coco; e dos Grupos Candearte e Juremas, coletivos de cultura popular.

Serviço

Quebrada de Coco: A Sambada

Quando: 14 de novembro, a partir das 18h

Onde: Bloco do Beco: Rua Bento Barroso, 2, Jardim Ibirapuera, São Paulo (SP)

 Quanto: entrada gratuita (contribuição voluntária)