Morre Eric Rohmer, pioneiro da Nouvelle Vague, aos 89 anos

(Foto: Claudio Onorati/POOL/Reuters) Paris – Éric Rohmer, pioneiro da Nouvelle Vague francesa que transformou o cinema nos anos 1960, morreu, informou sua produtora nesta segunda-feira (11). Ele tinha 89 anos. […]

(Foto: Claudio Onorati/POOL/Reuters)

Paris – Éric Rohmer, pioneiro da Nouvelle Vague francesa que transformou o cinema nos anos 1960, morreu, informou sua produtora nesta segunda-feira (11). Ele tinha 89 anos.

Em uma carreira cinematográfica que se espalha por quase um século, Rohmer, que fez 50 filmes, ganhou sua primeira aclamação internacional por “Ma Nuit Chez Maud” (“Minha Noite com Ela”), que foi indicada ao Oscar de Melhor Roteiro em 1969.

“Le Genou de Claire” (“O Joelho de Claire”), de 1970, venceu o festival de cinema de San Sebastian, e “L’Amour l’Aprés-midi” (“Amor à Tarde”) rendeu-lhe dois anos depois a posição de mestre do retrato intenso do sensual e cerebral.

Seu trabalho dividiu o mundo do cinema, com alguns críticos rápidos em denunciar seus filmes como desesperadamente monótonos, enquanto seus fãs o elogiavam como alguém que desnudava a alma humana.

Rohmer era pseudônimo de Jean-Marie Maurice Scherer. Ele nasceu em Tulle, na província de Corrèze, em abril de 1920.

Depois de uma breve experiência como professor, ele começou a escrever sobre cinema, fundando La Gazette du Cinema com os futuros cineastas da Nouvelle Vague Jean-Luc Godard, François Truffaut e Jacques Rivette em 1950.

Ele foi depois editor-chefe do Cahiers du Cinema, a bíblia do movimento Nouvelle Vague, que se afastou dos limites do cinema clássico para criar um estilo mais improvisado e ousado.

Visto por muitos como um conservador, Rohmer não seguiu a moda.

“Os filmes de Rohmer nunca contiveram nenhum artifício óbvio para obter atenção como violência, ângulos inusuais da câmera ou mesmo trilhas sonoras”, escreveu o biógrafo Terry Ballard. “(Ele faz) filmes que lidam com as fraquezas das relações de pessoas realistas e pensativas”.

Rohmer fez seu primeiro filme, “Le Signe du Lion” (“O Signo de Leão”) em 1959. Mas ele só ganharia fama dez anos depois.

O cineasta ganhou um Leão de Ouro pelo conjunto de sua obra no festival de cinema de Veneza em 2001. Seu último trabalho como diretor, “Les amours d’Astrée et de Céladon” (“Os Amores de Astrée e Céladon” foi lançado em 2007.

Fonte: Reuters