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Brasil supera os 203 milhões de habitantes, mas ritmo de crescimento é o menor da história

Aumento desde 2010 é de menos da metade do período anterior. Três estados (São Paulo, Minas e Rio) concentram 40% da população

Arte RBA
Arte RBA

São Paulo – O Brasil tinha 203.062.512 habitantes em 1º de agosto de 2022, segundo o Censo Demográfico 2022, que teve os primeiros resultados divulgados nesta quarta-feira (28) pelo IBGE. A população cresceu 6,5% desde 2010 – 12.306.713 a mais. Mas a taxa de crescimento anual (0,52%) foi a menor da série histórica iniciada em 1872. “Em 2022, a taxa de crescimento anual foi reduzida para menos da metade do que era em 2010 (1,17%)”, afirma o coordenador técnico do Censo, Luciano Duarte.

Com 84,8 milhões de habitantes, o Sudeste segue sendo a região mais populosa – ali se concentra 41,8% da população brasileira. O Nordeste, com 54,6 milhões, tem 26,9% do total. As duas regiões mais populosas foram, por sinal, as de menor taxa de crescimento anual desde 2010 – 0,45% e 0,24%, respectivamente.

Regiões menores crescem mais, segundo Censo do IBGE

Já o Norte, embora seja a segunda região menos populosa (17,3 milhões, 8,5% da população brasileira), vem registrando crescimento, com média anual de 0,75%. Mesmo assim, bem menos do que no período anterior, de 2000 a 2010 (2,09%). “Isso significa que, embora a população continue aumentando, o ritmo de crescimento do número de habitantes do Norte é menor em relação à década anterior”, observa o IBGE.

Por sua vez, o Centro-Oeste, com a menor população entre as regiões (16,3 milhões), teve a maior taxa de crescimento, de 1,23% ao ano. O Sul chegou a 29,9 milhões de habitantes, 14,7% do total.

Três estados concentram 39,9%

Entre as unidades da federação, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro continuam sendo as mais populosas. Juntos, esses estados concentram 39,9% da população. Apenas São Paulo, com 44,4 milhões de habitantes, reúne 21,8% dos moradores do país. O estado menos populoso é Roraima, com 636,3 mil habitantes. Mas teve a maior taxa de crescimento anual registrada desde 2010 (2,92%). Catorze estados e o Distrito Federal tiveram taxas de crescimento acima da média nacional, de 0,52%. Na outra ponta, o Rio cresceu apenas 0,03% ao ano.

Dos 5.570 municípios brasileiros, 44,8% (2.495) tinham até 10 mil habitantes. Mas nessas 2.495 cidades viviam apenas 12,7 milhões de pessoas. A maior parte da população (57%) vivia em 319 municípios. Segundo o IBGE, isso “evidencia que as pessoas estão concentradas em centros urbanos acima de 100 mil habitantes”. No ano passado, as concentrações urbanas reuniam 124,1 milhões de pessoas (61%).

Três municípios têm menos de mil moradores

Por outro lado, mostra o Censo, três municípios tinham menos de mil habitantes: Serra da Saudade (MG), com 833 pessoas, Borá (SP), com 907, e Anhanguera (GO), com 924. “Os 20 municípios com menos habitantes concentravam apenas 0,01% da população”, diz o IBGE.

“Nos 150 anos que separam a primeira operação censitária da última, o Brasil aumentou a sua população em mais de 20 vezes: ao todo, um acréscimo de 193,1 milhões de habitantes”, informa ainda o instituto. “O maior crescimento, em números absolutos, foi registrado entre as décadas de 70 e 80, quando houve uma adição de 27,8 milhões de pessoas. Mas a série histórica do Censo mostra que a média anual de crescimento vem diminuindo desde a década de 60.”

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