Clamor social

Novo presidente do IBGE diz ter esperança de realizar o Censo ainda neste ano

Mas isso dependeria da recomposição de recursos, seja por via judicial ou pelo Congresso. Orçamento foi cortado de R$ 2 bilhões para R$ 53 milhões

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Novo presidente afirma que o instituto está 'tecnicamente preparado'

São Paulo – Ao tomar posse nesta sexta-feira (30), o novo presidente do IBGE, Eduardo Rios Neto, declarou em entrevista coletiva que o instituto está pronto para realizar o Censo ainda em 2021. Desde que haja recursos. O brusco corte orçamentário levou à demissão de sua antecessora, Susana Cordeiro Guerra, há pouco mais de um mês. “Estamos preparados tecnicamente para a realização do Censo neste ano. Há um clamor social para que ele ocorra”, afirmou Rios Neto. “Precisamos, contudo, aguardar se o orçamento de R$ 2 bilhões será recomposto, seja por via judicial ou pelo Congresso, para que todo o planejamento da operação censitária seja executado”, acrescentou.

Ainda que o orçamento seja recomposto, ele observou que não há mais como iniciar a coleta de dados em 1º de agosto, conforme previsto inicialmente. “No atual momento, isso significa contemplar o adiamento do início da coleta para setembro ou outubro, em decisão a ser tomada oportunamente pela Comissão de Planejamento e Organização Geral dos Censos (CPO).”

O IBGE lembrou que, na última quarta-feira (28), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, determinou a realização do Censo 2021. A decisão ainda passará pelo plenário. O orçamento foi reduzido de R$ 2 bilhões para R$ 53 milhões, inviabilizando a realização do levantamento, que inicialmente seria realizado em 2020. Enquanto a situação não se define, o processo seletivo para contratação de 204 mil temporários continua suspenso. Embora alguns defendam o adiamento por questões sanitárias, o novo presidente acredita que é possível realizar o Censo tomando as precauções necessárias.

Diretor de Pesquisas do IBGE desde maio de 2019, Eduardo Rios Neto foi nomeado na última terça (27). Ele tem formação em Economia e doutorado em Demografia. É professor titular aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).