São Paulo – O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), acompanhou o relator, Alexandre de Moraes, e votou a favor de transformar em réus 100 golpistas denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos atos terroristas de 8 de janeiro. Eles atacaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e, com mais fúria, o próprio STF. Agora, o placar está em 3 votos a 0. Além de Fachin, Dias Toffoli também acompanhou a posição de Mores.

Os outros sete ministros têm até 23h59 de 24 de abril para votar pelo sistema eletrônico da Corte, já que o julgamento é virtual. O resultado deve ser amplamente favorável à posição do relator. As dúvidas recaem apenas sobre os ministros André Mendonça e Nunes Marques, indicados por Jair Bolsonaro. O julgamento começou nesta terça (18).

Pleiteando a tirania

Segundo o relator, as condutas dos denunciados são “gravíssimas”. “Em suma, pleiteando a tirania, o arbítrio, a violência e a quebra dos princípios republicanos, como se verifica pelas manifestações criminosas ora imputadas ao denunciado”, escreveu.

“Não existirá um Estado democrático de Direito sem que haja Poderes de Estado, independentes e harmônicos entre si, bem como previsão de Direitos Fundamentais e instrumentos que possibilitem a fiscalização e a perpetuidade desses requisitos”, disse ainda.

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Nova leva

Uma nova sessão virtual já está marcada pela ministra Rosa Weber, presidente do STF, para dia 25 de abril, reunindo mais um grupo de denunciados. A previsão é que todas as denúncias estejam avaliadas em cerca de três meses. 

Ao todo, a PGR apresentou 1.390 denúncias, cujos alvos são executores pessoas acusadas de incitar o ataque a Brasília. Segundo o STF, a prioridade de julgamento envolve pessoas que estão presas preventivamente. De acordo com a Agência Brasil, há no momento 86 mulheres e 208 homens presos no sistema penitenciário do Distrito Federal.