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João Pedro Stedile depõe nesta terça-feira na CPI do MST. Assista

O depoimento do coordenador nacional do MST, João Pedro Stedile, será o ápice dos trabalhos da comissão formada majoritariamente por deputados de extrema direita. Conforme o relator, deputado Ricardo Salles (PL-SP), não deverá ser prorrogada

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Líder do MST, Stedile criticou a CPI, que não encontrou nada contra o movimento e nem debateu a questão agrária

São Paulo – O coordenador nacional do MST, João Pedro Stedile, prestará depoimento nesta terça-feira (15) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o movimento. Sua participação, na condição de convocado, será o ápice do colegiado formado majoritariamente por deputados de extrema direita. Com trabalhos iniciados em 23 de maio, acabou esvaziada e não deverá ser prorrogada conforme o relator, deputado Ricardo Salles (PL-SP).

Assista ao depoimento de João Pedro Stedile

Na última terça-feira (8), a base governista negociou trocas de integrantes da CPI com partidos do centrão. Com isso, a estratégia de ataque do presidente da comissão, deputado federal Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), foi prejudicada. Para completar, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL) acolheu pedido do deputado governista Nilto Tatto (PT-SP) e anulou convocação do ministro Rui Costa, da Casa Civil. Lira argumentou falta “fato determinado”.

Em entrevista ao Brasil de Fato, Stedile disse estar despreocupado em relação à abordagem e às provocações da maioria dos deputados. “Estou tranquilo e sereno para defender os interesses da reforma agrária e do povo brasileiro.”

Três CPIs para tentar desvalorizar a importância da reforma agrária

A liderança lembrou que já foram realizadas três CPIs para investigar o MST. E sempre durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que não é por acaso. “Por que não fizeram isso nos governos do (Fernando Henrique Cardoso) FHC ou mesmo Bolsonaro? Porque eles usam esses instrumentos parlamentares para tentar impedir que em governos progressistas a reforma agrária adquira a importância que tem”, disse. “Nós estamos tranquilos, porque eles seguem investigando e não conseguem encontrar nada”.

Para Stedile, a CPI deveria ser um fórum de debate sobre os problemas agrários no Brasil. “Mesmo que na composição da comissão houvesse, como é natural, uma bancada de extrema direita, que obviamente tem um olhar diferente da esquerda sobre a questão agrária brasileira, esperávamos que houvesse honestidade dos deputados, que eles sinalizassem quais problemas que a sociedade brasileira tem no meio rural. Quem são os responsáveis por esses problemas? Quais são as soluções?”, questiona.

Ele ressalta ainda que o MST é parte da realidade agrária e se propõe a enfrentar problemas no campo, com apresentação de soluções com impacto na cidade. “Se o sem-terra tem acesso à terra, dando para ela uma nova função social, em que os trabalhadores possam produzir alimentos saudáveis para o povo”.

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Redação: Cida de Oliveira


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