Operação

PF faz buscas na casa de Bolsonaro e prende ex-ajudante Mauro Cid

Suspeita é de que grupo tenha agido para fraudar cartões de vacinação de Bolsonaro, familiares e ajudantes para que pudessem entrar nos Estados Unidos

José Dias/PR
José Dias/PR
De acordo com Cid, Bolsonaro pediu pessoalmente a ele que apurasse a possibilidade de pegar os itens em dezembro de 2022

São Paulo – A Polícia Federal (PF) faz buscas na manhã desta quarta-feira (3) na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília. Os policiais também prenderam o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa. A informação foi confirmada pela defesa do ex-assessor. A chamada Operação Venire foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, dentro do inquérito das “milícias digitais” que já tramita no Supremo Tribunal Federal.

Estão sendo cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro. Além de Mauro Cid, outras pessoas foram detidas, entre elas:

  • O policial militar Max Guilherme, que atuou na segurança presidencial;
  • O militar do Exército Sérgio Cordeiro, que também atuava na proteção pessoal de Bolsonaro;
  • O secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.

A corporação investiga um grupo suspeito de falsificar dados de vacinação contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.

Fraudulentos

Os fatos investigados configuram crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores. Por meio de nota, a PF informou que também está sendo feita análise do material apreendido durante as buscas e a realização de oitivas de pessoas que detenham informações sobre o caso.  

“As inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a covid-19 dos beneficiários”, destacou a PF.

“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de Covid”, diz a Polícia Federal.

Essa suposta falsificação teria o objetivo de garantir a entrada de Bolsonaro, familiares e auxiliares próximos nos Estados Unidos, burlando a regra de vacinação obrigatória.

Jair Bolsonaro não foi alvo de mandado de prisão, mas deve prestar depoimento à PF ainda nesta quarta em Brasília.

Segundo apurações da TV Globo e da GloboNews, teriam sido forjados os certificados de vacinação:

  • do ex-presidente Jair Bolsonaro;
  • da filha de Bolsonaro, Laura Bolsonaro, hoje com 12 anos;
  • do ex-ajudante de ordens Mauro Cid Barbosa, da mulher e da filha dele.

A PF ainda investiga a situação de outros membros da comitiva, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que teve celular apreendido.




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