Eleições municipais

Boulos: políticas habitacionais são o caminho para reduzir ocupações em São Paulo

Pré-candidato à prefeitura de São Paulo afirmou que valor gasto por Ricardo Nunes em contratos emergenciais suspeitos de corrupção resolveria o problema da população em situação de rua na cidade

Reprodução/BandNews TV
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"Movimento nunca tomou casa de ninguém. Isso é meme, é mentira", disse Boulos

São Paulo – Rebatendo a pecha de “invasor”, o pré-candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (Psol) prometeu nesta quinta-feira (14) que, se eleito, vão cair as ocupações de imóveis por movimentos que lutam por moradia. Ele aposta em uma política de habitação “séria e consistente” para reduzir as ocupações.

Em sabatina na BandNews TV, o deputado ainda afirmou que, com os recursos que o prefeito vem gastando em contratos emergenciais suspeitos, seria possível resolver o problema da população em situação de rua na capital. “No meu governo, não tenha a menor dúvida, é o governo que menos vai haver ocupações. Porque a ocupação é resultado da falta de política habitacional consistente. Ninguém ocupa uma encosta ou beira de morro porque quer”, disse Boulos. “Tendo uma política habitacional séria e consistente, a gente consegue evitar esse tipo de situação.”

Ao mesmo tempo, ele destacou que o Estatuto das Cidades e o Plano Diretor de São Paulo preevem a desapropriação de imóveis que não cumprem função social, há décadas abandonados, principalmente na região central da cidade. Assim, em linha com a legislação, defendeu que eles devem ser destinados a programas de habitação social.

“É isso que o movimento social sempre defendeu. É isso que eu sempre defendi. O movimento nunca tomou casa de ninguém. Isso é meme, é mentira para tentar criar medo no eleitor”, disse Boulos. Como exemplo de política de moradia, ele citou as obras na ocupação Copa do Povo, em Itaquera, para a construção de 2,6 mil apartamentos populares. Trata-se de uma parceria entre o movimento social e o governo federal, através programa Minha Casa Minha Vida.

“Bolsa Empreiteira”

Boulos ainda classificou como um “escândalo” o aumento vertiginoso nos contratos emergenciais da prefeitura, suspeitos de corrupção. Ele citou que o então prefeito Bruno Covas (PSDB), de quem Nunes era vice, gastou cerca de R$ 80 milhões por ano nesse tipo de contrato. A atual gestão, por outro lado, já gastou R$ 4,7 bilhões em obras emergenciais sem licitação.

São ao menos 223 contratos com suspeita de superfaturamento em suposto “conluio” entre a prefeitura e as empreiteiras. O dono de uma das empresas beneficiadas com um contrato de R$ 50 milhões é padrinho da filha de Nunes. “Um compadre”, disse Boulos.

“Isso é uma verdadeira Bolsa Empreiteira. Eu fiquei espantado, quando comecei a ver os dados, o relatório do Tribunal de Contas”, disse o pré-candidato. “É escândalo que precisa ser investigado com seriedade”, frisou, acrescentando que o seu partido entrou com representação no Ministério Público São Paulo (MPSP), solicitando a apuração de eventuais desvios. “Com esse dinheiro, daria para resolver o problema da população de rua na cidade de São Paulo. Dava para fazer casa para toda a população de rua de São Paulo, e sobrava”.

Transportes

Boulos defendeu ainda que é preciso tornar os ônibus de São Paulo mais velozes – com mais corredores e faixas exclusivas – e mais confortáveis, com mais veículos, reduzindo a superlotação. Ao mesmo tempo, o pré-candidato que a meta é buscar a “tarifa zero“, ampliando-a gradualmente e de forma planejada. Por outro lado, ele criticou a atual gestão, que prometeu construir 40 quilômetros de corredores de ônibus, mas entregou apenas quatro – 10% do total.