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Polícia Federal prende Sara Winter, líder de grupo armado de extrema direita

Ativista foi detida por liderar manifestações antidemocráticas. Pedido foi feito pela PGR e aceito pelo STF

Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal
Sara Winter é uma das lideranças do grupo armado de extrema direita 'Os 300 do Brasil', formado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, e que acampavam em Brasília

São Paulo – A ativista e líder do movimento 300 do Brasil Sara Winter foi presa pela Polícia Federal, na manhã desta segunda-feira (15), em Brasília. O mandado foi autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, após um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A prisão da ativista se dá no inquérito que apura a realização de atos antidemocráticos. Ela também é uma das investigadas em outro inquérito, o das fake news, que também tramita no STF. Ambos estão sob relatoria de Moraes.

Sara Winter é uma das lideranças do grupo armado de extrema direita “Os 300 do Brasil”, formado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, e que acampavam em Brasília. Ao todo, seis pessoas foram presas.

Neste último sábado (13), o acampamento do movimento foi desmontado pelo governo do Distrito Federal. Depois, o grupo invadiu a laje do Congresso Nacional e foram retirados pela Polícia Legislativa. A ativista pediu reação do presidente.

Acampamento

Em maio, o Ministério Público do Distrito Federal (MP-DF) acionou a Justiça para que o acampamento do grupo “Os 300 do Brasil” seja alvo de busca e apreensão. Na ocasião, o órgão classificava o grupo como milícia e citava declaração de Sara, segundo a qual há integrantes com armas de fogo no local.

O MP-DF afirma que as publicações do grupo nas redes sociais, como “Você não é mais um militante, você é um militar…”; “Traga o que você levaria para uma guerra na selva. Te esperamos para a guerra!”, remetem à conclusão inequívoca de que se está diante de uma organização paramilitar, independentemente do nome que lhe seja dado.

O nome do grupo é uma referência aos 300 de Esparta, que resistiram à invasão persa na Batalha de Termópilas, em 480 a.C., mas acabaram derrotados.

Ameaça

Ainda no fim de maio, a ativista foi alvo de busca e apreensão junto a outros blogueiros e apoiadores de Bolsonaro, no inquérito das fake news. Na ocasião, ela afirmou que gostaria de agredir o ministro do STF.

Esse processo é baseado em denúncias de que a rede de disseminação de notícias falsas a favor de Bolsonaro, com uso de robôs e disparos em massa, permanece ativa. O esquema estaria funcionando desde 2018, depois de ter atuado no período eleitoral. O processo corre em segredo de Justiça.

Hoje apoiadora de Bolsonaro e contra o movimento feminista, em 2014 Sara era integrante do movimento de mulheres Femen. Na época, ela entrou com pedido de cassação do mandato de Bolsonaro, quando o atual mandatário atuava como deputado. Na época, Bolsonaro havia declarado que “não estupraria (a ex-ministra Maria do Rosário) porque ela não merece”.


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