Socialistas obtêm ampla maioria no parlamento da França

François Hollande conquistou ampla maioria para governar a França e aprovar projetos sem necessidade de alianças (©Bertrand Langlois/Pool/Reuters) Paris – O Partido Socialista, do presidente francês, François Hollande, obteve maioria […]

François Hollande conquistou ampla maioria para governar a França e aprovar projetos sem necessidade de alianças (©Bertrand Langlois/Pool/Reuters)

Paris – O Partido Socialista, do presidente francês, François Hollande, obteve maioria absoluta nas eleições parlamentares deste domingo, fortalecendo a sua posição num momento em que pressiona a Alemanha a apoiar países endividados da zona do euro que estão sendo duramente afetados por medidas de austeridade e por bancos enfraquecidos.

O bloco socialista conquistou entre 296 e 320 cadeiras no segundo turno da eleição parlamentar, de acordo com projeções confiáveis da contagem parcial dos votos. Esses números lhe dão um número confortável de deputados, que supera os 289 votos necessários para a maioria na Assembleia Nacional, de 577 cadeiras.

O resultado significa que, para a aprovação de leis, Hollande não terá de depender de seus aliados ambientalistas, os Verdes, que segundo as projeções devem obter 20 assentos, ou da Frente de Esquerda, dominada pelos comunistas, e prestes a eleger apenas 10 deputados. A centro-esquerda já controla a câmara alta do Parlamento, o Senado.

A Frente Nacional, legenda de extrema direita contrária à imigração, teve um grande momento ao conquistar suas primeiras cadeiras no Parlamento desde o fim dos anos 1980. Sua carismática líder, Marine Le Pen, perdeu sua cadeira parlamentar por uma pequena margem em uma cidade de maioria operária no norte do país, mas Marion Marechal Le Pen, de 22 anos, neta do fundador do partido, Jean-Marie Le Pen, foi eleita na cidade de Carpentras, no sul.

O triunfo da esquerda dá aos socialistas mais poder do que jamais tiveram antes na França, num momento em que Hollande pressiona por novas estratégias para estimular o crescimento na fragilizada zona do euro e por um banco da União Europeia que possa proteger correntistas e Estados no caso de bancos falirem.

A turbulência política na Grécia, onde os partidos que apoiam o pacote internacional de resgate da economia do país estavam prestes a conseguir a vitória na eleição parlamentar deste domingo- o que continuará deixando muitos problemas sem resolver -, está aumentando a pressão sobre os líderes europeus para que, numa cúpula no final deste mês, tomem medidas no sentido de conter a crise da dívida na zona do euro.