Polícia líbia reprime protesto contra Khadafi

Além da repressão policial, jornalistas tiveram dificuldades de se deslocar, por pressão de autoridades (Foto: Atef Hassan/Reuters) São Paulo – Manifestantes em Trípoli, capital da Líbia, foram reprimidos com gás […]

Além da repressão policial, jornalistas tiveram dificuldades de se deslocar, por pressão de autoridades (Foto: Atef Hassan/Reuters)

São Paulo – Manifestantes em Trípoli, capital da Líbia, foram reprimidos com gás lacrimogêneo pela polícia nesta sexta-feira (4). O protesto foi iniciado após as orações do dia  – sexta é sagrada para o islamismo. Muammar Khadafi mantém controle sobre a capital, um ponto estratégico para o líder há 41 anos no poder.

Em Tajoura, subúrbio da cidade que já foi palco de protestos contra o líder, houve queima da bandeira oficial da Líbia e pedidos de renúncia de Khadafi. A polícia secreta reforçou na quinta-feira (3) a segurança em Trípoli e milícias partidárias do líder líbio montaram pontos de checagem e estão patrulhando as ruas, segundo testemunhas.

Paralelamente, autoridades tentaram impedir que jornalistas saíssem do hotel em que se concentram, alegando que a medida visava a protegê-los de integrantes da rede terrorista Al Qaeda. Depois, os jornalistas foram autorizados a deixar o hotel, desde que transportados em ônibus oficiais e para locais selecionados pelo governo.

Fronteira

Forças favoráveis a Khadafi deslocaram-se com armamentos para a fronteira com a Tunísia. Na região, há cerca de 12.500 pessoas que aguardam condições para deixar o país. As informações são do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

“A fronteira do lado líbio está neste momento controlada por forças favoráveis ao regime fortemente armadas”, disse a porta-voz do órgão, Melissa Fleming. “Aqueles que conseguiram atravessar a fronteira disseram que os seus celulares foram confiscados nas estradas, bem como as máquinas fotográficas.”

Segundo Melissa Fleming, muitos dos imigrantes que tentam ultrapassar a fronteira “têm um ar aterrorizado e não querem falar”. De acordo com a porta-voz, muitas pessoas deixaram a Líbia em condições precárias desde o último dia 15 quando começaram os protestos contra Khadafi.

Pelos dados da Cruz Vermelha tunisiana, cerca de 100 mil pessoas atravessaram a fronteira entre a Tunísia e a Líbia desde 20 de fevereiro. Das 12,5 mil pessoas bloqueadas na fronteira, mais de 10 mil são de Bangladesh.

Países europeus organizaram, na quinta-feira, um esquema para retirar da Tunísia, por via aérea, milhares de egípcios que fugiram da Líbia, a fim de evitar o caos e epidemias.

Com informações da Agência Brasil