Khadafi diz que pode substituir empresas ocidentais de petróleo

Segundo Khadafi, campos de petróleo estão em segurança, mas companhias “têm medo” (Foto: Ahmed Jadallah/Reuters) Brasília – O líder líbio Muammar Khadafi ameaçou substituir as empresas ocidentais por sociedades da […]

Segundo Khadafi, campos de petróleo estão em segurança, mas companhias “têm medo” (Foto: Ahmed Jadallah/Reuters)

Brasília – O líder líbio Muammar Khadafi ameaçou substituir as empresas ocidentais por sociedades da China e Índia. De acordo com o líder, a produção de petróleo no país está no nível mais baixo. A afirmação foi feita em discurso transmitido pela televisão estatal. Ele disse ainda que poderão existir “milhares de mortos” em caso de uma intervenção militar estrangeira no país.

Várias empresas petrolíferas estão deixando a Líbia por causa dos conflitos entre o governo de Khadafi  e grupos rebeldes. “Os campos e os portos petrolíferos estão seguros e sob controle, mas são as companhias petrolíferas que têm medo”, advertiu o líder.

“Morreremos para defender o petróleo, e todos os que o ameaçam devem compreendê-lo. Estamos preparados para receber companhias indianas e chinesas para substituir as empresas ocidentais”, acrescentou.

A última remessa de petróleo proveniente da Região Leste do país foi enviada em 19 de fevereiro. Na sequência da rebelião armada, uma vasta zona do Leste da Líbia permanece controlada pelas forças da oposição.

Mortes

“Milhares de líbios irão morrer caso exista uma intervenção dos Estados Unidos ou da [Organização do Tratado do Atlântico Norte] Otan na Líbia”, disse perante uma plateia de apoiadores, reunidos numa cerimônia pública em Trípoli. “Desde 1977, eu e os oficiais [que lideraram a revolução de 1969] entregamos o poder ao povo”, salientou Kadhafi, a plateia que reagiu com frases de apoio ao líder líbio.

Kadhafi voltou a dizer que “não existem manifestações na Líbia”, contrariando os registos de centenas de mortos e os relatos de que os rebeldes já controlam as principais localidades da região Leste do país.

O líder líbio argumentou mesmo que as “grandes manifestações” realizadas no país foram feitas em seu apoio. “Homens, mulheres, crianças e velhos participaram em manifestações [de apoio] sem precedentes mas os canais árabes via satélite não transmitiram”, frisou.

Kadhafi, que foi interrompido por diversas vezes pelo público, apelou ainda à Organização nas Nações Unidas (ONU) para enviar uma comissão de inquérito à Líbia.

“Apelamos ao mundo e à ONU para enviar uma comissão de inquérito à Líbia para esclarecer as circunstâncias da morte de civis e polícias”, disse o governante, garantindo ainda que “não existem presos políticos na Líbia”.

O líder líbio assegurou que as suas forças irão combater “até a última gota de sangue” para “proteger a Líbia”, uma vez que “a conspiração vem do estrangeiro”.

Desde 15 de fevereiro Kadhafi enfrenta uma onda de contestação sem precedentes desde a sua ascensão ao poder, em 1969.

Os confrontos, segundo números levantados por organizações humanitárias, já causam centenas de mortos.

Ahmadinejad condena

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, condenou a adoção de intervenção militar na Líbia ou em qualquer país do Norte da África e do Oriente Médio onde há protestos pedindo mudanças políticas e econômicas. Para o iraniano, o governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, incentiva a comunidade internacional a intervir na região. Segundo ele, se isso ocorrer haverá mortes.

“Todos devem saber que todas as nações da região vão se levantar e cavar sepulturas para os seus soldados “, disse Ahmadinejad, em viagem à província iraniana de Khorramabad. As informações são da agência estatal de notícias do Irã, a Irna.

Ahmadinejad afirmou que a defesa de intervenção nos países muçulmanos pode provocar o ódio da comunidade internacional. “Ninguém acredita que vocês estão defendendo os direitos humanos”, disse o presidente iraniano, dirigindo-se diretamente aos norte-americanos.

Para Ahmadinejad, as manifestações são uma reação aos Estados Unidos. Segundo ele, Obama e seus aliados são os pilares de “apoio dos ditadores”. Para o iraniano, os interesses que movem as reações contra os governos são econômicos.

Fonte: Agência Brasil

 

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