Ocidente mostra decepção com esperada ofensiva ucraniana contra a Rússia
Segundo ex-primeiro ministro ucraniano, apesar do apoio ocidental, contraofensiva das Forças Armadas da Ucrânia não passa de suicídio e um “completo fracasso”
Publicado 01/07/2023 - 12h40
São Paulo – Depois da crise no final da semana passada, com ameaça de rebelião do grupo mercenário Wagner contra Moscou, a esperada contraofensiva ucraniana na guerra contra a Rússia é vista no Ocidente como decepcionante. Nesta semana, o ex-primeiro-ministro da Ucrânia Nikolai Azarov disse que os países da aliança americana-europeia, principalmente os Estados Unidos, estão insatisfeitos com o presidente Volodymyr Zelensky.
De acordo com Azarov, a imprensa ocidental “está dizendo abertamente que a contraofensiva das Forças Armadas da Ucrânia não passa de suicídio e um completo fracasso do Ocidente”. Assim, “todos os fracassos no front recairão sobre os ombros de Zelensky, com o qual os EUA estão abertamente insatisfeitos”, disse ele em mensagem no Telegram.
O ex-chanceler afirmou ainda que o Ocidente “está agora procurando febrilmente um candidato que não seja marcado por duras declarações antirrussas para substituir Zelensky”. Azarov só não disse de que maneira Zelensky seria substituído, considerando que as eleições na Ucrânia estão marcadas apenas para março de 2024. O ex-primeiro-ministro acrescentou que os EUA “têm mais confiança” no prefeito de Kiev, Vitaly Klichko, um ex-campeão de boxe, que já estaria “na lista” para substituir Zelensky.
Segundo o jornal italiano Corriere della Sera, faltam às Forças Armadas da Ucrânia munições, enquanto a Rússia tem barreiras defensivas e soldados em maior número. O diário cita o conselheiro do presidente da Ucrânia Mikhail Podolyak.
Relações desgastadas de Zelensky
As relações entre Zelensky e os países que têm sustentado a Ucrânia na guerra contra a Rússia vêm dando sinais de claro desgaste. Na quinta-feira (29), em entrevista à Reuters, o assessor de Zelensky Igor Zhovkva, irritado, afirmou que a Ucrânia quer receber um convite para aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Essa hipótese não é considerada próxima de acontecer pelos membros da organização.
Zhovkva afirmou que o presidente ucraniano não irá à cúpula da aliança militar, no mês que vem, se Kiev não for formalmente convidada. “O presidente não viajará para a cúpula se os líderes tenderem ou mostrarem falta de coragem”, disse ele, segundo o site Sputnik.
Segundo Zhovkva, a Ucrânia aguarda que se inicie o processo de adesão à Otan, já que seu país apresentou o pedido para entrar na Aliança Atlântica em 30 de setembro do ano passado. Mas Kiev sabe que isso não acontecerá enquanto a guerra continuar. “O que estamos pedindo é para iniciar o procedimento”, disse ele batendo na mesa, segundo a Reuters.
Perdas da Ucrânia
Já segundo o site RT, a estratégia de “blitzkrieg” anunciada há meses “não teve sucesso” e a ofensiva ucraniana perdeu grande parte do equipamento militar fornecido pelo Ocidente. “No final de junho, Kiev conseguiu ocupar apenas oito aldeias, mas não conseguiu alcançar as principais fortificações russas”, diz a publicação.
“Kiev e seus parceiros ocidentais estão agora particularmente preocupados com o avanço planejado para o Mar de Azov, uma vez que os objetivos estratégicos da contraofensiva falharam e o corredor terrestre para a Crimeia permanece sob controle russo”, acrescenta o RT.
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