São Paulo – Depois de adiar o anúncio das medidas econômicas de segunda para esta terça-feira (12), e postergar duas vezes a divulgação das medidas no mesmo dia, o ministro da Economia do novo governo argentino, Luis Caputo, divulgou mensagem de vídeo gravada com o plano econômico. Para combater o quer chama de “pior herança da história, em um país onde os argentinos somos cada vez mais pobres”, Caputo elencou dez medidas que compõem um forte ajuste fiscal neoliberal.

O governo vai reduzir os subsídios à energia e ao transporte, por exemplo. Em outra medida de forte caráter antiestatal, a união federal não vai mais licitar obra pública. Além disso, promete cancelar as obras aprovadas que não tenham sido iniciadas. Segundo Caputo, “obras públicas são um dos principais focos de corrupção no Estado, e conosco isso acaba”. De acordo com ele, a partir de agora “as obras de infraestrutura serão realizadas pelo setor privado”.

O ministro alertou que não haverá melhoras da economia no curto prazo, principalmente da inflação. “Vamos estar por alguns meses piores do que antes, particularmente em termos de inflação. Como disse o presidente, é preferível dizer uma verdade incômoda do que uma mentira confortável”, disse.

Disse que, “no estado de emergência” em que o país está, haverá foco nas “pessoas que mais podem sofrer”, duplicando a assistência do “plano universal por filho” e em 50% o “cartão alimentar”.

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Em relação à política monetária, o câmbio oficial passará a valer 800 pesos, “para que os setores produtivos tenham incentivos adequados para aumentar a produção”, segundo o ministro. A cotação equivalerá, portanto, a cerca de R$ 10,80, em valores de atuais. Hoje, a cotação oficial foi encerrada com o dólar a 366,50 pesos, ou R$ 4,96.

Paralelamente, o governo promoverá um “aumento provisório” do imposto de importação e retenções de exportações não agropecuárias, assim como no imposto retido na fonte sobre exportações não agrícolas.

“Não há mais dinheiro”

“Nossa missão é evitar essa catástrofe”, declarou Caputo. Para isso, segundo disse, o primeiro a fazer é combater o principal problema. Assim, ele identificou o principal princípio do plano, como se previa. “As pessoas entenderam que não há mais dinheiro. Não se pode seguir gastando mais do que arrecadamos. Funciona exatamente igual a suas casas”, explicou, expondo o receituário neoliberal.

Confira as dez medidas anunciadas por Luis Caputo:

• 1 – não serão renovados os contratos de trabalho do Estado que tenham menos de um ano de vigência. “É uma prática habitual na política incorporar familiares e amigos antes de uma mudança de governo para manter seus privilégios”, explicou o ministro;
• 2 – decreta-se a suspensão da pauta publicitária do governo federal por um ano. “Não há dinheiro para gastos, a não ser estritamente necessários”;
• 3 – os ministérios se reduzirão de 18 para 9, e as secretarias de 106  para 54. A medida vai reduzir em mais de 50% os “cargos hierárquicos de função pública”, disse Caputo;
• 4 – serão reduzidas ao mínimo as transferências do Estado Nacional às províncias (estados), que, segundo o ministro, são verbas usadas para “fazer política”;
• 5 – o governo federal não vai mais licitar obra pública, e também vai cancelar as já aprovadas, mas que não tenham sido iniciadas. ; obras públicas é um dos principais focos de corrupção no Estado e conosco isso acaba, As obras de infraestrutura sertão realizadas pelo setor privado;
• 6 – serão reduzidos subsídios à energia e ao transporte. De acordo com a excplicação, o Estado “mantém artificialmente os preços baixíssimos, enganando as pessoas”;
• 7 – “vamos a fortalecer as políticas sociais recebidos por quem necessita, sem intermediários”;
• 8 – o câmbio oficial passará a valer 800 pesos. Junto ao câmbio, haverá aumento provisório do imposto de importação e impostos retidos na fonte sobre as exportações não agrícolas;
• 9 – promessa de “transparências ao processo de importações”;
• 10 – aumento de benefícios sociais para “quem mais pode sofrer”.

Confira o vídeo com o anúncio das medidas de Luis Caputo: