Novo presidente

Milei toma posse na Argentina falando em ‘pior herança’ já recebida por um governo

Ultradireitista, novo presidente diz que está recebendo legado de mais de 100 anos de insistência nas ideias erradas e prega propriedade privada e mercado livre de intervenção estatal

(Reprodução/YouTube)
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Milei foi eleito em 19 de novembro

São Paulo – O novo presidente da Argentina, Javier Milei, tomou posse neste domingo (10) e, em seu discurso, afirmou estar assumindo a pior herança já recebida no país. Também defendeu a propriedade privada, livre concorrência e rechaçou intervenção estatal no mercado. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva foi convidado para a cerimônia, mas preferiu enviar o chanceler Mauro Vieira para representá-lo. Milei foi eleito no dia 19 de novembro, derrotando nas urnas Sergio Massa, candidato do governo que se despediu.

“Hoje estamos recebendo o legado de mais de 100 anos de insistência nas ideias erradas. Vou ser muito claro: nenhum governo recebeu uma herança pior do que a que vamos receber”, disse o novo presidente da Argentina, de acordo com o site Operamundi. Segundo Milei, a Argentina tem uma Constituição liberal desde 1853, “mas em algum momento, os políticos decidiram abandonar o modelo que nos tornou ricos e adotaram as ideias empobrecedoras do coletivismo. Eles insistiram por mais de cem anos em defender um modelo que só produz pobreza”, discursou, sempre de acordo com o Operamundi. Milei acrescentou que, neste ano, os argentinos optaram pela defesa da propriedade privada, mercados livres de intervenção estatal, livre concorrência, divisão do trabalho e cooperação social.

Vai piorar

O novo presidente argentino confirmou que fará um duro ajuste fiscal e alertou que, nos primeiros momentos, as medidas trarão queda da atividade econômica, no número de empregos e no nível dos salários. Também haverá aumento na pobreza e na inflação. “Não há alternativa”, afirmou, acrescentando que após “esse ajuste macro, a situação começará a melhorar”. Milei justificou o plano dizendo que a alternativa seria emissão de dinheiro e consequente hiperinflação, o que chamou de “espiral decadente como no caso da Venezuela de Chávez e Maduro”.

A cerimônia de posse começou no Congresso Nacional, sem a presença de Javier Milei, e foi conduzida pela presidente do Senado, Cristina Kirchner. O novo mandatário foi declarado presidente do país às 11h20 da manhã. Cerca de 30 minutos depois, o ultradireitista chegou ao local após ter desfilado em carro por diversas ruas de Buenos Aires. No parlamento, fez o juramento de seguir a Constituição e recebeu o bastão e a faixa presidencial do ex-presidente Alberto Fernández. Em seguida, posou para fotos e acenou para apoiadores. As celebrações terminariam no Teatro Colón, à noite.


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