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Jornalistas normalizam fome causada por medidas de Javier Milei na Argentina

Eduardo Serenellini e Viviana Valles, do Canal La Nación+, argumentam que povo argentino deve pular alguma refeição do dia equiparando alimentação com plataforma de streaming e utilização de carro

(Ilan Berkenwald/flickr)
(Ilan Berkenwald/flickr)

São Paulo – Os jornalistas Eduardo Serenellini e Viviana Valles, do Canal La Nación+, na Argentina, colocaram como uma consequência normal, aceitável, a redução drástica na alimentação dos argentinos como consequência das medidas anunciadas pelo presidente ultradireitista Javier Milei. Em programa que foi ao ar ao vivo na manhã de sábado (16), Eduardo e Viviana equipararam a falta de alimentação adequada geradas pelo governo Milei com cortes de serviços como plataforma de streamings e a do uso de carro.

“Um vai cortar a plataforma para assistir filmes, outro cortará o carro, ‘não uso mais’, e outro, e este é que está grave, dirá: ‘não tem café da manhã ou não tem almoço’. Uma comida por dia. Ou seja, em diferentes níveis, todos estamos cortando”, disse Eduardo Serenellini. Viviana Valles emendou afirmando ter ouvido de pessoas da classe média que “faço uma comida forte no dia para todos. Em geral escolho a noite para que os garotos vão para a cama e descansem melhor. E depois, durante o dia, vamos vendo”. Por fim, Eduardo Serenellini sacramentou: “Tem de aceitar, não tem de ter vergonha”.

Assessoria de imprensa?

Antes de normalizar a fome, Eduardo Serenellini, com postura de defensor fervoroso do governo Milei recém empossado, preparou o terreno para a fala. Sugeriu que o governo está fazendo a parte dele no corte. Não chegou a dizer que Milei e sua turma estejam comendo só uma vez por dia, apenas revelou que usam menos transporte oficial e celulares. Tudo com suporte de Viviana Valles e uma chamada em letras garrafais na tela: “Governo anuncia venda de carros e aviões oficiais”. A fala abriu os primeiros cinco minutos do programa Noticias de fin de semana na manhã de sábado.