"Libertário"

Milei chega à Europa dizendo que fórum de Davos está ‘contaminado’ pelo socialismo

Argentino passa pela Alemanha e em Davos se encontrará com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristralina Georgieva

Reprodução/Twitter
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“Venho plantar as ideias de liberdade", diz presidente argentino ao passar por Frankfurt rumo a Davos

São Paulo – Na sua primeira viagem internacional como presidente da Argentina, o “libertário” Javier Milei já exibe na Europa seu estilo irracional antes mesmo de chegar ao destino, o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Passando por Frankfurt, onde chegou na manhã desta terça-feira (16), o argentino explicou qual era seu objetivo na interlocução com o mundo: “Venho plantar as ideias de liberdade num fórum que está contaminado pela agenda socialista 2030”.

Durante sua passagem pela Europa, ele se encontrará com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristralina Georgieva. Buenos Aires negocia o pagamento do empréstimo de US$ 44 bilhões firmado junto ao órgão ainda no governo de Mauricio Macri.

Milei viajou sem usar o avião oficial da presidência, em uma ação de marketing para mostrar que faz sua parte no esforço de corte de gastos públicos. Ele embarcou num voo comercial rumo a Frankfurt, com escala em Zurique, de onde partirá para Davos.

Ele está acompanhado da irmã, Karina Milei, secretária-geral da Presidência, mas que faz o papel de primeira-dama, já que o presidente não é casado. A namorada do mandatário é a comediante argentina Fátima Florez, que ficou conhecida por imitar a ex-presidente Cristina Kirchner, mas afirmou antes da posse que não abandonaria a carreira e não assumiria funções no governo.

Reuniões em Davos

Em Davos, Milei tem previstas duas reuniões bilaterais. Além da executiva do FMI, ele se reunirá com o presidente da França, Emmanuel Macron. O argentino participa, nesta quarta-feira (17), do painel “Como conseguir segurança e cooperação num mundo fraturado”.

Com as reformas estruturais que pretende, ele poderia exterminar o Estado argentino. Seu ajuste fiscal pretendido é de 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Em apenas um ano, ele quer reverter uma inflação estratosférica que fechou 2023 em 211,4%.

O maior problema de Milei, no entanto, é convencer o mercado da viabilidade política de seus planos “libertários”, já que no Congresso argentino ele e seus liderados tem menos de 15% dos deputados e menos de 10% dos senadores.

Lembrando Bolsonaro

Apesar de seu exotismo e de até lembrar o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, com quem tem afinidade, dificilmente Milei será protagonista de vexames como os muitos no currículo do brasileiro em suas viagens internacionais.

Ficou famosa, por exemplo, a foto da comitiva presidencial brasileira comendo pizza na rua em Nova York em 2021, por não apresentar comprovante de vacina contra a Covid-19 no restaurante.

Vexame internacional