Ecologia em destaque

Sem Lula e Haddad, Marina Silva representa o Brasil no fórum de Davos este ano

O Fórum Econômico Mundial de Davos está esvaziado, sem a presença também de Joe Biden e do líder da China, Xi Jinping. Como esperado, a reunião sobre a chamada “fórmula de paz” da Ucrânia, que aconteceu neste domingo, não teve qualquer resultado prático

Divulgação/WEF/2023
Divulgação/WEF/2023
A ministra Marina Silva participará do painel ‘A transformação Ecológica do Brasil’ no evento de 2024

São Paulo – Os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia), Marina Silva (Meio Ambiente), Nísia Trindade (Saúde), além do assessor especial da Presidência, Celso Amorim, representam o Brasil no Fórum Econômico Mundial de Davos, aberto nesta segunda-feira (15) nos Alpes suíços. Além dos membros do Executivo, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, está na comitiva brasileira para o evento anual que reúne governantes, empresários e personalidades de diversos setores da economia.

“Da parte do Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi convidado, mas não vai comparecer e será representado pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva”, destaca a Rádio França Internacional (RFI). Marina participará do painel ‘A Transformação Ecológica do Brasil’, amanhã (16). O presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, têm outras prioridades e suas ausências são justificadas, em um evento no qual os destaques serão os presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o “libertário” de extrema-direita argentino Javier Milei. Além deles, o francês Emmanuel Macron estará em Davos este ano.

O Fórum Econômico Mundial de 2024 está, de fato, esvaziado. Também estarão ausentes o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que será representado pelo secretário de Estado, Antony Blinken, e o líder da China, Xi Jinping. A fala chinesa será proferida no evento pelo premiê Li Qiang. Também estarão longe do fórum os primeiros-ministros indiano Narendra Modi, o japonês Fumio Kishida e o alemão Olaf Scholz.

Brasil defende diálogo entre Moscou e Kiev

Como esperado, a reunião sobre a chamada “fórmula de paz” de Zelensky, que aconteceu neste domingo (14) na abertura informal do fórum de Davos, não teve qualquer resultado prático. O governo brasileiro, representado por Amorim, defendeu o diálogo entre Ucrânia e Rússia, como caminho para uma solução que leve pelo menos a um armistício. 

Mas o debate é considerado “absurdo” por Moscou, já que a proposta de paz é de Kiev e a Rússia sequer foi convidada para o encontro em Davos, patrocinado pela Suíça e pela própria Ucrânia. Entre os pontos da “fórmula de Kiev”, está a exigência da retirada total das tropas russas e a restauração das fronteiras da Ucrânia com a Rússia. Apenas esses dois termos, para Moscou, já são inaceitáveis.

“Conversa é só para falar“

As discussões sem a participação russa não têm nenhum futuro, disse Dmitry Peskov, porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, sobre evento de caráter ocidental realizado em Davos. “Temos repetidamente dado a nossa avaliação deste processo. Na verdade, esta conversa é só para falar. É um processo que não é direcionado, e não pode ser direcionado, a alcançar um resultado concreto por uma razão óbvia e simples: não participamos lá”, disse ele à imprensa russa, de acordo com o site Sputnik.

Peskov reafirmou, como o Kremlin vem dizendo, que “a própria Kiev formalizou a proibição de quaisquer negociações com Moscou”. “Ou seja, o absurdo da situação, é claro, é melhor entendido quando nos lembramos dessa proibição”, acrescentou o porta-voz.