Governo da Líbia bate o pé e alerta para risco de guerra civil no país

Seif al-Islam Kadhafi fala pela TV que o atual governo pretende lutar até o fim para permanecer no poder na Líbia (Foto: reprodução) São Paulo – Em seis dias de […]

Seif al-Islam Kadhafi fala pela TV que o atual governo pretende lutar até o fim para permanecer no poder na Líbia (Foto: reprodução)

São Paulo – Em seis dias de protestos na Líbia, o número de mortos pode chegar a 233, segundo a organização não governamental (ONG) Human Rights Watch. Na noite do domingo (20), houve tiroteios intensos em diversos bairros de Tripoli, após o discurso de Seif Al-Islam, filho do dirigente líbio Muammar Kadhafi.

“Vamos lutar até o último minuto, até a última bala”, disse Seif al-Islam Kadhafi na televisão, adiantando que o Exército está ao lado de Kadhafi.  “O Exército terá um papel fundamental na imposição da segurança, porque representa a unidade e estabilidade da Líbia”, acrescentou. Para ele, o número de vítimas divulgado pelos órgãos de comunicação social estrangeiros é “muito exagerado”. 

No entanto, os protestos se intensificam a cada dia. A sede de uma estação de televisão e rádio públicas em Tripoli foi saquea neste domingo (20) à noite. Houve ainda incêndios em postos da polícia e comitês revolucionários.

Demonstrando que o governo não cederá, o filho de Kadhafi, no discurso à televisão disse que, “neste momento, carros deslocam-se de Benghazi conduzidos por civis. Em Al-Baïda, as pessoas têm espingardas e pilharam depósitos de munições. Nós temos armas, o Exército tem armas e as forças que querem destruir a Líbia têm armas”.

Segundo Islam, as forças do governo reagirão a todas as manifestações contrárias a Kadhafi – que está no poder há quase 42 anos. Ele assumiu o governo depois de um golpe militar.

Egito

A Irmandade Muçulmana, partido que já foi banido no Egito mas que atualmente tem um papel crescente no novo cenário político do país, rejeitou nesta segunda-feira uma reforma feita no governo e pediu a eliminação dos antigos membros do gabinete indicados pelo presidente deposto Hosni Mubarak.

Em uma tentativa de aplacar os ativistas pró-democracia, a reforma de gabinete na noite de domingo incorporou diversos opositores de Mubarak, mas desapontou aos ansiosos por uma nova equipe política. Pastas importantes como as de Defesa, Relações Exteriores, Justiça, Interior e Finanças permaneceram inalteradas.

Os novos líderes militares do Egito assumiram o poder após 18 dias de protestos que encerraram o regime de 30 anos de Mubarak, disseram que as mudanças na Constituição que viabilizam as eleições em seis meses deveriam estar prontas em breve, e que as leis de emergência seriam suspensas antes da votação.

Muitos partidários da democracia querem um gabinete completamente novo, sem ligações com a elite corrupta e autocrática de Mubarak, para governar a nação mais populosa do mundo árabe e, para isso, querem que as forças militares coloquem novos representantes no governo.

Com informações da Reuters, Lusa e BBC Brasil

Edição: Fábio M. Michel