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Irã nega participação em ataque na Jordânia que matou militares dos EUA

Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano disse que são infundadas as acusações do presidente Joe Biden, que chegou a afirmar que vai revidar

U.S. Army National Guard/Wikimedia Commons
U.S. Army National Guard/Wikimedia Commons
Tropas do EUA na Jordânia: Três soldados foram mortos em ataques de drones

São Paulo – O Ministério das Relações Exteriores do Irã negou nesta segunda-feira (29) qualquer participação no ataque deste sábado (27) que deixou três militares dos Estados Unidos mortos e vários feridos no nordeste da Jordânia. Neste domingo, o presidente Joe Biden responsabilizou grupos apoiados por Teerã e prometeu retaliação.

Segundo Kanaani, as acusações do governo dos EUA são “infundadas” e parte de uma conspiração para envolver país em uma nova guerra no Oriente Médio. Isso porque eventual ofensiva americana contra alvos iranianos intensificaria, de forma significativa, o “ciclo de instabilidade” na região.

“As acusações foram feitas com objetivos políticos específicos para reverter a realidade da região”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Nasser Kanaani, à agência estatal Irna.

Estas foram as primeiras baixas dos EUA na região desde o início dos bombardeios de Israel a Gaza no início de outubro, em resposta a um ataque surpresa do Hamas naquele dia 7. O Hamas matou cerca de 1200 israelenses. Já as forças militares de Israel mataram mais de 26 mil palestinos.

“Vamos responder”, declarou Biden durante viagem ao estado da Carolina do Sul. “Hoje, os Estados Unidos têm o coração pesado. Na noite passada, três militares americanos foram mortos e muitos ficaram feridos em um ataque com drones contra as nossas forças baseadas no nordeste da Jordânia, perto da fronteira síria”, indicou paralelamente um comunicado da Presidência.

EUA atribuiu culpa a grupos apoiados pelo Irã

Biden disse também que os EUA perderam “três almas valentes” e atribuiu a culpa a “grupos de combatentes radicais apoiados pelo Irã, atuando na Síria e no Iraque”. “Não tenham nenhuma dúvida: vamos cobrar de todos os responsáveis, quando e como quisermos”, reiterou o líder democrata.

O Irã é aliado do Hamas e outros grupos inimigos dos EUA no Oriente Médio. É o caso dos houthis, do Iêmen. Desde novembro, eles passaram a atacar navios comerciais no mar Vermelhoem apoio ao grupo palestino. Teerã, porém, tem evitado um confronto direto com os americanos, que enviaram porta-aviões à região em esforço para coibir novas ofensivas contra Israel.

Segundo o porta-voz iraniano Kanaani, os chamados “grupos de resistência” não recebem ordens do regime.

Os americanos foram mortos em ataque com drones que atingiu uma base da Jordânia próxima à fronteira com a Síria. Menos de 48 horas depois, foram registradas explosões nos arredores de Damasco, a capital do país, foram atribuídas a Israel, aliado dos EUA no Oriente Médio. Ainda não se sabe ao certo a identidade e número das vítimas.

Com Folha de S.Paulo