Escalada

Oriente Médio vê possível escalada de conflitos após ataques no Irã e no Líbano

Além do massacre de mais de 22 mil palestinos em Gaza desde o início de outubro, Israel é responsável por ataques no sul do Líbano

Reprodução/ Official Khamenei website
Reprodução/ Official Khamenei website
O ataque no Irã aconteceu durante homenagens ao líder militar Qassem Soleimani, assassinado pelos Estados Unidos

São Paulo – Os conflitos no Oriente Médio passam por um momento de tensão e possível escalada regional sem precedentes após os ataques no Irã, que mataram 84 pessoas nesta quarta-feira (3). Embora o grupo Estado Islâmico tenha assumido hoje (4) a autoria, Israel promove, desde o início de outubro, um massacre contra a população palestina na Faixa de Gaza. Sob pretexto de aniquilar o grupo armado Hamas, o governo sionista já matou mais de 22 mil pessoas, grande maioria civis, mais de 60% mulheres e crianças.

Agora, nos últimos dias, o exército de Benjamin Netanyahu expandiu suas ações na região. Na terça-feira (2), Israel promoveu um ataque com drones na capital do Líbano, Beirute. “Este novo crime israelense busca arrastar o Líbano para uma nova fase de confronto”, pontuou o primeiro-ministro do país, Najib Mikati. Então, ontem, uma possível nova ofensiva israelense em outro território estrangeiro. O governo do Irã acusa o regime sionista de promover um atentado terrorista que deixou 95 mortos no país.

Atentados no Oriente Médio

O ataque no Irã aconteceu durante homenagens ao líder militar Qassem Soleimani, assassinado pelos Estados Unidos em solo iraniano em 2020. Agora, a elite da Guarda Revolucionária do Irã e o primeiro vice-presidente, Mohammad Mokhber, prometem vingança. Na prática, existe a possibilidade de brigadas iranianas se juntarem à causa palestina contra Israel. Além disso, no front do Líbano, o grupo político armado Hezbollah também promete contra-atacar Israel.

“Esta tarde, numa operação conjunta com o al-Qassam, bombardeamos 60 grupos de veículos e soldados inimigos nas linhas de frente que avançam sobre o centro de Khan Younis”, diz comunicado emitido hoje pela Al-Quds, uma tropa de elite da Guarda Revolucionária iraniana. Não há confirmações de Israel sobre o caso.

Khan Younis é uma cidade no Sul da Faixa de Gaza, que fica ao Sul de Israel. A área abriga, atualmente, cerca de 2 milhões de civis refugiados dos ataques massivos de Israel no Norte do território palestino. Além da retaliação iraniana no Sul, também existem relatos de ataques de grupos libaneses no Norte de Israel, após semanas de bombardeios israelenses no Sul do Líbano. Também vale pontuar que o Hezbollah possui grande influência na Síria, onde exerce papel político e militar de relevância.

No mapa, em vermelho, a Faixa de Gaza. Em azul, a fronteira de Israel com o Líbano e, em verde, com a Síria