Basta de genocídio

Brasil anuncia apoio a ação da África do Sul contra Israel em corte internacional

Brasil se une a países da Liga Árabe e outros como Bolívia, Colômbia, Venezuela e Malásia em ação que acusa Israel de violar a convenção do genocídio com suas práticas em Gaza, que já mataram mais de 22 mil palestinos

Valter Campanato / Agência Brasil
Valter Campanato / Agência Brasil
"À luz das flagrantes violações ao direito internacional humanitário, o presidente manifestou seu apoio à iniciativa da África do Sul"

São Paulo – O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu hoje (10) uma nota oficial anunciando o apoio do país à iniciativa da África do Sul de levar Israel à Corte Internacional de Justiça (CIJ). A ação do país africano no tribunal de Haia acusa o governo sionista de atos genocidas na Faixa de Gaza. Antes disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu o embaixador da Palestina, Ibrahim Alzeben, em Brasília, para discutir o massacre do povo palestino praticado pelo exército sionista.

Então, o presidente Lula reiterou a condenação imediata, por parte do Brasil, aos ataques do Hamas ocorridos em 7 de outubro de 2023. No entanto, enfatizou que tais ações não justificam o uso indiscriminado, recorrente e desproporcional de força por parte de Israel contra civis palestinos. Hoje mesmo, Israel bombardeou campo de refugiados na fronteira de Gaza com o Egito e também explodiu uma ambulância. Hospitais e escolas estão entre alvos preferenciais de Israel.

Contra o genocídio de Israel

A nota do ministério destaca que Israel assassinou mais de 23 mil pessoas, sendo 70% mulheres e crianças. Outras 7 mil estão desaparecidas. Além disso, mais de 80% da população foi transferida à força, enquanto os sistemas essenciais, como saúde, água, energia e alimentos, encontram-se em colapso, caracterizando uma punição coletiva.

“À luz das flagrantes violações ao direito internacional humanitário, o presidente manifestou seu apoio à iniciativa da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça para que determine que Israel cesse imediatamente todos os atos e medidas que possam constituir genocídio ou crimes relacionados nos termos da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio”, informa o Itamaraty.

Apoio em Haia

O presidente brasileiro ressaltou seus esforços pessoais na busca por um cessar-fogo. Enquanto o Brasil presidiu o Conselho de Segurança da ONU, conseguiu apoio quase unânime da comunidade internacional contra o genocídio na Palestina. Contudo, Israel garantiu suas ações com apoio exclusivo dos Estados Unidos. Lula também destacou a batalha pela libertação dos reféns do Hamas e a criação de corredores humanitários para proteger os civis. Diante das flagrantes violações ao direito internacional humanitário, Lula declarou apoio à ação da África do Sul na CIJ.

O governo brasileiro reafirmou seu compromisso com a solução de dois Estados, defendendo a coexistência de um Estado Palestino economicamente viável ao lado de Israel. A primeira audiência do caso na CIJ está agendada para amanhã (11). O Brasil, hoje, juntou-se a diversos países, como Turquia, Jordânia, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Malásia e a Organização dos Países Islâmicos, no apoio à iniciativa da África do Sul contra Israel. Também neste dia, a Liga Árabe anunciou apoio à ação da África do Sul.